Pedro Nuno Santos e a formação de Governo: acordo escrito "dá mais garantias de estabilidade"
Pedro Nuno Santos nota que uma vitória do PSD colocaria o país numa situação de ingovernabilidade.
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Foi em 2019 que a geringonça começou a desagregar-se, sem um acordo escrito entre os partidos, e Pedro Nuno Santos admite que, para o futuro, um acordo por escrito tendo em vista a formação de Governo dá mais garantias de estabilidade, como aconteceu em 2015, no início da geringonça.
Em 2015, Aníbal Cavaco Silva exigiu um acordo escrito entre os partidos da esquerda para dar posse ao Governo de António Costa. Em 2019, apesar da recetividade do Bloco de Esquerda (BE), António Costa não quis assinar um novo acordo, com o aval de Marcelo Rebelo de Sousa e, dois anos depois, o chumbo do Orçamento ditou a queda do Governo.
Numa ação de campanha tendo em vista a liderança socialista, e questionado pelos jornalistas sobre o tema (até depois de ter elogiado o papel do antigo Presidente da República para a estabilidade da geringonça), Pedro Nuno Santos admite um regresso a 2015.
"Obviamente que para qualquer solução de Governo, um acordo dá-lhe mais garantias de estabilidade. Sobre isso não tenho a menor dúvida", atira.
Um acordo por escrito é do agrado do Bloco de Esquerda, como Mariana Mortágua já admitiu, deixando críticas a António Costa que, depois das legislativas de 2019, afastou essa ideia. Mas até 10 de março, Pedro Nuno Santos vai trabalhar para "uma maioria generosa".
"Qualquer maioria parlamentar liderada pelo PS, depende de um bom resultado do PS. É muito importante para que uma solução de Governo tenha estabilidade, que o PS tenha um bom resultado, uma boa vitória, uma maioria generosa", apela.
E, na caça ao voto, o candidato ao lugar de António Costa deixa o alerta aos portugueses, caso estejam a ponderar colocar a cruzinha em Luís Montenegro e no PSD.
"O líder do PSD já disse que não governava se ficasse em segundo, não governava com o Chega. A não ser que o PSD tenha maioria absoluta, não vai conseguir governar. Como não é credível que o PSD venha a ter maioria absoluta, o que sabemos é que uma vitória do PSD resultará numa ingovernabilidade e numa incapacidade de criar um Governo", avisa.
Quanto ao novo aeroporto António Costa falou num "teste à credibilidade do PSD", em entrevista à CNN Portugal, pedindo até que o partido "não o desiluda". Pedro Nuno Santos nota já uma "quebra de confiança" para com Luís Montenegro.
"Aquilo que parece é que há um esforço progressivo de o PSD se afastar da Comissão Técnica Independente. E isso é uma quebra de alguma confiança no trabalho comum que pode ser feito com o PSD. É muito importante que o relatório seja levado em consideração e não seja apoucado ou diminuído", diz, numa mensagem para o líder do maior partido da oposição.
A metodologia para a comissão técnica independente teve o aval do PSD, depois do polémico despacho de Pedro Nuno Santos, que há um ano e meio queria avançar unilateralmente com a nova localização para o aeroporto.