Pedro Nuno Santos, o "disruptivo" que entrou na sede do PS com 14 anos: "É humanismo"
Jorge Sequeira recebeu o candidato à liderança do PS quando este entrou pela primeira e recorda à TSF o jovem de cabelos compridos que presidiu a Assembleia de Freguesia de São João da Madeira.
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Há dias que não se esquecem na vida e, para Jorge Sequeira, um deles foi o dia em que Pedro Nuno Santos, com 14 anos, entrou pela primeira vez na sede do Partido Socialista na sua terra natal, São João da Madeira.
"Eu conheci-o na sede do Partido Socialista, em São João da Madeira. O Pedro Nuno entrou lá para aderir à Juventude Socialista e, portanto, ele impressionou-me, impressionou todos os militantes que o acolheram. Ele devia ter para aí 14 ou 15 anos, não consigo agora recordar, e vinha com uma garra e com uma energia e inimagináveis para um jovem daquela idade", relata à TSF Jorge Sequeira, agora presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira.
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Adolescente, 14 anos e desengane-se quem pense que entrou de mão dada com um adulto: "Ele veio sozinho. Ele sempre teve uma identidade ideológica e filosófica muito vincada e começou a fazer o seu percurso no Partido Socialista. E, aos 18 anos, assumiu o seu primeiro lugar político como Presidente da Assembleia de Freguesia de São João da Madeira. E foi um pouco disruptivo que tenha sido o Pedro Nuno Santos, com 18 anos, de cabelos compridos, a presidir à Assembleia de Freguesia de São João da Madeira."
Tirando o cabelo comprido, é mesmo de ser disruptivo que a oposição o acusa, numa conotação que, para Jorge Sequeira, não casa com a realidade.
"É uma pessoa de convicções. Eu sei que agora dizem que ele não é moderado, que ele é radical. São falsas ideias que têm sido espalhadas a respeito do Pedro Nuno Santos, porque ele não tem nada de radical, a não ser ser radical na defesa das pessoas. Se ouvir atentamente os discursos do Pedro Nuno Santos, o que está ali é humanismo, é respeito por quem trabalha, é respeito pelos mais frágeis, pelos mais vulneráveis. Não há ali nenhuma ideia disruptiva, no sentido extremista dos extremos políticos. Isso não existe", considera.
Jorge Sequeira agora é autarca, também já sabemos que foi quem recebeu o jovem Pedro Nuno Santos na sede do PS, mas teve outras funções ao lado do candidato a secretário-geral do partido.
"Fui motorista de campanha da sua primeira candidatura a secretário-geral da JS porque, a dado passo, decide que tinha um projeto para a Juventude Socialista e decide candidatar-se. E arranca praticamente sem uma base de apoio no plano nacional. Portanto, ele fez a sua campanha pessoa a pessoa e acompanhei-o nessa altura ao fim de semana e à semana em reuniões, muitas vezes individuais", conta Jorge Sequeira.
E uma história dessa jornada: "Lembro-me de ter ido para apresentar o seu projeto a Lisboa a um militante da JS da Federação de Portalegre e fomos um sábado a Lisboa só para falar com aquele militante. E o Pedro Nuno apresentou o seu projeto. E o que é que sucedia? Quando as pessoas tinham oportunidade de falar com ele, de o ouvir com atenção, ficavam convencidas e iam para o lado dele. E foi assim que ele ganhou as eleições para secretário-geral da JS."
Vivia-se 2004 e praticamente 20 anos depois os objetivos de Pedro Nuno Santos são os mesmos, mas com um pequeno detalhe: agora a corrida é para a liderança do partido.