"Período excecional no ano." Expectativas para período de saldos são "conservadoras"
O presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais afirma, em declarações à TSF, que as perspetivas são positivas, mas prudentes, e mostra-se expectante relativamente a 2023, um ano que vai ser "desafiante".
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O presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais espera um período de saldos moderadamente positivo, mas sublinha que a turbulência dos últimos tempos faz com que as expectativas sejam prudentes.
"É evidente que há um período excecional no ano, mas tendo em conta tudo o que se passou nos últimos meses do ano de 2022, as nossas expectativas são conservadoras. A verdade é que nós também tínhamos as mesmas expectativas conservadoras em relação ao Natal e conseguimos, na prática, superar os resultados de 2019, o que foi bastante positivo", explica à TSF Rodrigo Moita de Deus.
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Relativamente a 2023, Rodrigo Moita de Deus mostra-se expectante, até por toda a conjuntura que se avizinha.
"Vai ser um ano desafiante com o aumento das taxas de juro e com os custos reais da inflação, que nos vai obrigar a muito trabalho e a que os nossos lojistas façam algumas adaptações no tipo de oferta que fazem. Estamos todos com esta dinâmica de que vai ser preciso muito trabalho para superar os desafios que vão ser enormes, depois de um ano em que acabámos de recuperar de uma pandemia", acrescenta.
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Ao contrário dos três primeiros trimestres do ano que, segundo os comerciantes "correram muito bem", nos últimos meses do ano houve um abrandamento do consumo e o Natal não foi exceção. O vice-presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal sublinha que "quer para o comércio de rua, quer nos centros comerciais, as vendas ficaram aquém do que eram as expectativas", sobretudo nas zonas de Lisboa e Algarve onde se verificaram intempéries.
Após a subida das taxas de juro na habitação e do preço da energia, as famílias deixaram de consumir tanto como tinham feito nos primeiros meses do ano.
No entanto, no que diz respeito a bens de maior valor, "as coisas correram bastante bem". Vasco Melo sublinha que a classe com maiores rendimentos continuou a consumir e que "isso se nota nos bens de luxo como joalharia e alta relojoaria".
Quanto aos saldos que começaram na segunda-feira, " a expectativa não existe". Os comerciantes sublinham que já foram feitas campanhas de descontos, prevendo uma baixa de consumo.