Em Portugal existem entre 100 a 150 mil casos de infeções por hepatite C, sendo que apenas 35 mil estão diagnosticadas. Um grupo de peritos defende que devem ser aplicadas as melhores terapêuticas disponíveis atualmente para tratar a doença.
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Um grupo de médicos, gestores hospitalares e deputados apresenta hoje um estudo em que defende o rastreio nacional da hepatite C. O documento, intitulado Consenso Estratégico para a hepatite C em Portugal, defende uma aposta clara na prevenção da doença.
O coordenador do estudo, o deputado do PSD Ricardo Baptista Leite, diz que nos últimos anos, a taxa de cura tem vindo a crescer no país, o que significa que a hepatite C pode deixar de integrar a lista de doenças crónicas.
O estudo, diz o deputado, defende por isso que a doença seja encarada como patologia evitável o que implica apostar na prevenção.
Para além da mudança de paradigma na forma de encarar a hepatite C, o documento apresenta também uma proposta para alterar o modelo de financiamento dos tratamentos no Sserviço Nacional de Saúde, um modelo que pressupõe um entendentimento entre a indústria farmacêutica e o Estado na forma como os pagamentos são feitos.
As estimativas internacionais indicam que em Portugal existem entre 100 mil a 150 mil casos de infeções por hepatite C, sendo que apenas 35 mil estão efetivamente diagnosticadas.
Por ano morrem, no país, entre 900 a 1200 pessoas devido a complicações relacionadas com a doença. Em termos de custos para o SNS, a hepatite C representa 70 milhões de euros por ano.
O trabalho que é hoje apresentado em Lisboa foi coordenado pelo médico e deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite, pelos hepatologistas Rui Tato Marinho e Paula Peixe e por Henrique Lopes, do Centro de Estudos da Universidade Católica Portuguesa.