Pessoas revoltadas por deixar casas? "Estou muito satisfeito por estarem vivas"
O ministro Eduardo Cabrita afirmou que a grande vitória no incêndio de Monchique é o facto de não existirem vítimas mortais.
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O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que se deslocou esta manhã ao posto de comando da Proteção Civil em Monchique, disse compreender a "angústia" das populações por deixarem as suas casas para trás, mas que a vida humana é o valor mais importante.
"A minha família é daqui da região, a minha mãe é de Silves. Conheço bem estes locais e compreendo bem a angústia das populações", admitiu Eduardo Cabrita. "Estou muito satisfeito de estar aqui a celebrar a circunstância de estarem vivas", declarou o ministro, quando confrontado com os protestos das pessoas que foram forçadas a abandonar as suas casas.
Eduardo Cabrita adiantou que a avaliação dos danos causados pelo fogo começará a ser feita esta tarde.
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Questionado sobre o uso excessivo de força por parte da Guarda Nacional Republicana (GNR) e dos relatos de guardas terão forçado a entrada em casas, para evacuá-las, sem terem mandado para o fazer, o ministro nega que tenha sido feita qualquer detenção de um morador afetado pelo fogo.
"Ninguém foi detido. Quem incentiva a que as populações se coloquem em risco está a cometer um apelo ao crime", declarou Eduardo Cabrita.
O ministro da Administração Interna fez mesmo questão de elogiar a atuação das entidades presentes no terreno - desde a Proteção Civil à GNR, passando pelas "forças armadas, o INEM, a Cruz Vermelha e a Segurança Social" - assim como à população, que considera ter sido "notável".
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O governante defendeu, no entanto, que é preciso "continuar a fazer mais". "Temos de fazer ainda melhor", reforçou.
"Face aos riscos climáticos, há circunstâncias para as quais temos de estar cada vez mais preparados", destacou o ministro.
O ministro concluiu com um agradecimento a Espanha, por ter respondido ao pedido de ajuda de Portugal, e enviado de imediato meios aéreos para o combate ao fogo.
O incêndio, que deflagrou há uma semana na localidade de Perna da Negra, no concelho de Monchique, alastrou aos municípios vizinhos de Silves e Portimão. O fogo causou 41 feridos, um deles graves, e obrigou à retirada de centenas de pessoas em várias localidades.