O dirigente do CDS-PP, António Pires de Lima, defendeu hoje, a título pessoal, que não é exigível ao partido que modifique ou melhore substancialmente o Orçamento, mas que evite uma crise política que «transformaria o país numa nova Grécia».
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«Eu acho que com 12 por cento dos votos ninguém pode exigir ao CDS que modifique ou melhore substancialmente o Orçamento apresentado, mas talvez se possa pedir ao CDS que evite uma crise política que com uma probabilidade razoável transformaria o país numa nova Grécia», defendeu Pires de Lima, em declarações à Lusa a título pessoal.
Questionado se defende que, por essa razão, o CDS-PP terá de viabilizar o próximo Orçamento do Estado para 2013, Pires de Lima respondeu que «Portugal não se pode dar ao luxo de somar à crise económica e financeira que tem, uma crise política».
Porque, acrescenta, «isso seria correr o sério risco de ver Portugal transformar-se numa nova Grécia, que é neste momento um país completamente caótico».
Sobre a proposta de Orçamento do Estado entregue no Parlamento, o dirigente centrista classificou-o como «frustrante do ponto de vista económico», uma vez que «não assegura o objetivo definido pelo primeiro-ministro em agosto».
«Não dá qualquer esperança de que Portugal relance ou estabilize a sua economia em 2013», disse, considerando a proposta é «muito penalizadora» para as empresas e famílias.
«É óbvio que a prioridade do ministro das Finanças é consolidar as contas públicas, com um modelo que aliás é discutível, e que a economia e as empresas não constam das preocupações do senhor ministro», salientou.
Nesse sentido, Pires de Lima defendeu que cabe aos partidos da maioria no debate parlamentar «tentar minorar os estragos que este Orçamento pode provocar nas famílias e nas empresas em 2013», sublinhando que esta é uma missão quer do PSD quer do CDS.