Os hospitais portugueses acolheram 758 mil cirurgias em 2022, um número recorde que ultrapassou o de 2021.
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Olhando para os números, o ministro da Saúde admite que os hospitais portugueses podem estar a fazer cirurgias a mais. Manuel Pizarro não desvaloriza o número de doentes em listas de espera, mas, por outro lado, reconhece que podem ser utilizados outros métodos além das operações.
No ano passado, os hospitais portugueses acolheram 758 mil cirurgias, um número recorde depois do máximo atingido em 2021. São resultados que espelham "a maior produção de sempre", o que leva o ministro a lançar a questão.
"A minha dúvida não é saber se não estamos a operar a menos, mas sim a operar a mais", admitiu numa conferência do Grupo Parlamentar do PS, sobre "aproximar os serviços de saúde dos cidadãos".
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O ministro explica que há doentes, eventualmente, que podiam ser tratados através de um "método conservador". Ainda assim, não tem dúvidas de que as indicações cirúrgicas seguem todas as normas.
"Não há ninguém operado que não o seja por um médico lhe colocar a indicação cirúrgica e acredito que, em todos os casos, é feito com base nas legis artis", ou seja, nas boas normas de práticas cirúrgicas.
Em Portugal, as listas de espera para consultas e cirurgias continuam com números elevados, principalmente depois da pandemia. Apesar de admitir que podem existir cirurgias a mais, o ministro não desvaloriza o número de doentes em listas de espera.
"A isto associa-se uma quantidade não despiciente de doentes à espera de cirurgia e de tempo de espera para essa cirurgia. Não sei se tudo isto se reflete em ganhos significativos da duração e qualidade de vida dos doentes que andamos a tratar", admitiu.
Já em 2021, apesar dos fortes sinais da pandemia, o Serviço Nacional de Saúde realizou mais de 654 mil intervenções cirúrgicas. Em dois anos consecutivos, os hospitais bateram o recorde de operações.