Pizarro recusa que SNS não atraia médicos, mas reconhece necessidade de fazer mais
Ministro assinala que, apesar de o sistema não atrair os clínicos estrangeiros que estão em Portugal, consegue chamar "mais de 70%" dos portugueses.
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O ministro da Saúde discorda da Ordem dos Médicos (OM) quanto à atratividade do Serviço Nacional de Saúde, mas reconhece que é preciso "atrair ainda mais" clínicos, sejam eles portugueses ou estrangeiros.
Um estudo da OM, citado este sábado pelo Jornal de Notícias, revela que só 28,2% dos médicos estrangeiros em Portugal está trabalhar para o SNS e que, nos últimos cinco anos, só um em cada dez ficou ligado ao sistema público.
Confrontado pelos jornalistas em Vila do Conde, Manuel Pizarro argumentou que não vê que esses dados demonstrem "verdadeiramente o problema".
"O SNS atrai mais de dois terços dos médicos portugueses, acho que um serviço que atrai mais de 70% dos médicos não pode ser classificado como um serviço não atrativo", respondeu Pizarro, que não deixou de reconhecer que essa realidade seja suficiente por si só.
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"Daí resulta que não precisamos atrair ainda mais? Não, precisamos de atrair ainda mais. Mas acho que esse é um processo que progressivamente temos de trabalhar, em conjunto com os médicos", como o que, exemplifica, já está a ser feito com os sindicatos médicos.
O objetivo da tutela, sublinha, é "reformular a carreira médica, precisamente para a tornar num serviço público mais atrativo".
Para o ministro, o importante é "garantir acesso de qualidade aos portugueses", com prioridade para os médicos portugueses, mas "quando for necessário com médicos de outras nacionalidades, não há nenhum preconceito nessa matéria".
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Pizarro reconhece, a partir deste ponto, que "uma parte do problema" que Portugal enfrenta "é que outros países da Europa também são capazes de atrair médicos, enfermeiros e outros profissionais portugueses, que são pessoas com elevada formação".
"Desse ponto de vista a nacionalidade não é um obstáculo, há que criar condições para que eles se sintam integrados", concluiu.