Plano de mobilidade para JMJ. Fectrans diz que Governo está à espera "de um milagre"
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) sublinha, em declarações à TSF, que no dia a dia já existem problemas de mobilidade e que os passageiros andam "como sardinhas em lata".
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A Fectrans afirma que o Governo está à espera de "um milagre" na semana da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), após a apresentação do plano de mobilidade, que prevê um grande reforço dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa, com mais de um milhão e cem lugares por dia.
As administrações das empresas de transporte público falam aos trabalhadores em bónus financeiros, numa tentativa de incentivo ao trabalho para garantir o cumprimento das escalas. Mas o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, em declarações à TSF, destaca que até em tempos "normais" existem problemas e que os passageiros já costumam andar "como sardinhas em lata".
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"Temos alguma preocupação tendo em conta que no dia a dia já há dificuldades das empresas de transportes em responderem àquilo que é a procura, com o quadro abrangente que está a ser anunciado, não sabemos como é que vai ser esticado", confessa.
José Manuel Oliveira adianta que os trabalhadores foram informados esta sexta-feira dos bónus que vão poder receber pelo trabalho extra, mas o coordenador revela-se descrente com o plano apresentado esta sexta-feira, até porque a previsão do Executivo não implica apenas mais horas de trabalho, mas também mais "material a circular".
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"São necessários mais autocarros. Como é que se vai aumentar a oferta com frotas praticamente no limite? Como é que o transporte fluvial aumenta quando hoje já se suprimem carreiras todos os dias porque não há navios a funcionar. Há aqui um conjunto de fatores que não sabemos como é que chegaram a estes números", defende.
É perante este cenário que José Manuel Oliveira levanta a possibilidade de o Governo estar "perante a esperança de que aconteça um milagre nessa semana". "Há pessoas de fé", continua.
Esta é uma preocupação que o coordenador diz ser partilhada pelos "camaradas que são mais ligados às diversas empresas e ao setor".