O Instituto Nacional de Estatística fez o retrato das dificuldades económicas dos mais novos. Em 2012, o aumento do risco de pobreza atingiu 24,4% das crianças, quase o dobro daquilo que acontece com os idosos (14,7%).
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Uma em cada quatro crianças não pode fazer atividades extra-curriculares ou de lazer de forma regular. Esta é, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), uma das limitações económicas mais comuns que afeta os mais novos.
Os números ontem divulgados pelo INE sobre pobreza revelaram que os mais novos foram, claramente, os mais afetados, em 2012, pelo aumento do risco de pobreza, que atinge 24,4% das crianças, quase o dobro daquilo que acontece com os idosos (14,7%).
O mesmo estudo faz uma avaliação das dificuldades económicas concretas que afetam as crianças, com base num inquérito de 2013. Ao todo, 45,7% vive em famílias que não têm capacidade para pagar todas as despesas que neste inquérito são consideradas básicas, educativas ou de lazer.
A falta mais comum é a impossibilidade de ir de férias para fora de casa, pelo menos uma semana por ano (falta que afeta 42% das crianças).
Depois, 14% das crianças não tem espaços apropriados para estudar e fazer os trabalhos de casa. Outras tantas estão sem hipótese de comprar roupa nova ou não podem convidar os amigos, de vez em quando, para brincarem ou comerem juntos.
Uma em cada oito crianças não consegue também participar em viagens ou eventos escolares que envolvam pagamentos e 24% estão impedidas de ter atividades extra-curriculares ou de lazer regularmente.
O Instituto Nacional de Estatística sublinha, contudo, que as crianças de hoje estão melhor do que em 2009, última vez que se tinha feito este tipo de perguntas às famílias. Um exemplo está na alimentação: são hoje menos aquelas que não conseguem comer pelo menos uma vez por dia legumes (1,4%) e uma refeição de carne ou peixe (2,2%).