Polémica nas Infraestruturas. Mendonça Mendes rejeita comentar atuação do SIS no caso Galamba
O secretário de Estado adjunto afirma que o Governo está "concentrado no essencial", ou seja, nas "respostas aos problemas do dia a dia dos portugueses".
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António Mendonça Mendes rejeitou, este domingo, fazer qualquer comentário sobre a atuação do SIS no caso do Ministério das Infraestruturas. O secretário de estado adjunto representou o Governo no encerramento da XIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda.
"No encerramento da Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, a coordenadora nacional disse uma frase com a qual eu não poderia concordar mais: temos que concentrar no essencial, as respostas que os portugueses exigem são as respostas aos seus problemas do dia a dia", afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas, Mendonça Mendes disse "perceber a questão", mas referiu que "o Governo não comenta aquilo que é a atividade da comissão de inquérito" à TAP.
Questionado sobre se não teme ser mal interpretado, Mendonça Mendes respondeu: "Não, o que eu temo é que não possamos responder àquilo que são as necessidades dos portugueses e o Governo deve estar focado, concentrado, em resolver os problemas de acesso à saúde, de acesso à educação, os problemas do custo de vida e para isso temos que dar respostas, é nisso que todo o Governo está concentrado", disse.
Mendonça Mendes afirma ainda que as críticas do BE ao Governo "são normais em oposição".
"As críticas são normais em oposição, e o que o BE aqui hoje expressou é a sua opinião. O Governo está absolutamente focado no que são as respostas para o país e que têm resultados", respondeu o governante, destacando a descida "para mínimos históricos" da taxa de abandono escolar ou as creches gratuitas.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, afirmou na sua audição na comissão parlamentar de inquérito este mês que quem lhe disse em 26 de abril para contactar os serviços de informações foi o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes.
Durante o debate de quarta-feira na Assembleia da República, o primeiro-ministro disse não ver qualquer tipo de ilegalidade na atuação do SIS na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, assegurando que nenhum membro do Governo deu qualquer instrução ou orientação para a ação daquele serviço.
António Costa considerou também, perante os deputados, que o SIS agiu "de forma adequada, proporcional e não excedendo as suas competências".