O líder do PSD indicou como razão para a reprovação da política de educação do Governo o movimento de indignação e contestação dos professores. Luís Montenegro espera que a situação seja resolvida o "quanto antes".
Corpo do artigo
Luís Montenegro disse esta segunda-feira que "não há dúvida nenhuma de que a política de educação deste Governo merece um chumbo" e que isso reflete-se em vários domínios. O líder do PSD começou por apontar que há "dezenas de milhares de alunos que não têm professor a, pelo menos, uma disciplina". "Isso merece chumbo", afirmou Luís Montenegro, em Coimbra, na nova etapa do programa "Sentir Portugal".
Outro ponto apontado é o facto de ainda não terem sido recuperadas as aprendizagens que se perderam durante a pandemia da Covid-19.
Para Luís Montenegro o chumbo "ficou agora mais claro com este movimento de indignação e de contestação dos professores".
15666673
"Os professores não veem valorizada a sua carreira, não veem uma perspetiva de motivação por parte do Governo, não veem resolvidos problemas estruturais como aqueles que decorrem de colocações que são muito difíceis de compreender e que fazem com que, muitos deles, não tenham condições de viabilidade económica para lecionar, tal é o nível das despesas com alojamento, deslocações e alimentação que têm de suportar, versus o vencimento que têm".
Sobre a solução, Montenegro defende que passa por criar condições de valorização da carreira e de se negociar com os professores.
"Creio que creio que os professores têm noção de que estas coisas não se resolvem de um dia para o outro, mas se os protestos não acabam e se prolongam é porque manifestamente estão a esbarrar numa incapacidade notória do Governo que não consegue dar resposta nem sequer ao início ou ao desenvolvimento de um processo negocial".
Montenegro espera que "esta situação seja ultrapassada o quanto antes", porque, acrescenta, "os prejuízos já começam a fazer-se sentir ao nível da estrutura familiar, ao nível dos prejuízos em termos de aprendizagem".
"Cabe ao Governo, ao primeiro-ministro, ao ministro da educação encontrarem soluções para esta temática", acrescenta.
Esta tarde, Luís Montenegro, em resposta aos jornalistas, considerou ainda os atuais membros do Executivo deveriam também responder às questões propostas para os novos membros.
"Se o Governo ele próprio entende que isto é importante, se o primeiro-ministro entende que isto é importante então deve, naturalmente, assegurar todas as condições para o exercício do mandato pleno por parte dos membros do Governo. Achar que isto só é valido para quem entra de novo, sinceramente, não me parece que faça sentido".
Aos jornalistas, Luís Montenegro disse ainda que o presidente do PS não é exemplo a formar equipas e a criar condições de governabilidade. Em causa as declarações de Carlos César que este fim-de-semana disse que, a propósito do teste para entrar no Governo, era o líder do PSD que estava em teste no partido.
"O doutor Carlos César, acho que está manifestamente equivocado e, se há coisa que ele não é, é exemplo em formar equipas e em poder criar condições de governabilidade, porque são conhecidos todos os atropelos democráticos que cometeu enquanto foi presidente do governo regional dos Açores", afirmou.