Ponte do Parque Tejo. Autores de petição satisfeitos com "cartão vermelho" de Patriarcado a Carlos Moedas
À TSF, Tiago Rolinho afirma que Manuel Clemente "teve noção de que as vítimas de abuso sexual pela Igreja são mais importantes do que qualquer tentativa de protagonismo político".
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A petição para alterar nome da ponte pedonal do Parque Tejo conta com mais de 17 mil assinaturas, numa altura em que Manuel Clemente já anunciou recusar a atribuição do seu nome. Um dos autores da petição, Tiago Rolinho, disse esta segunda-feira, à TSF, que é "com a maior satisfação" que recebeu a notícia.
"Vemos que o cardeal-patriarca de Lisboa deu também um cartão vermelho ao presidente Carlos Moedas e ao seu ajuste direto, à sua imagem e protagonismo político", afirmou, sublinhando que "[Manuel Clemente] teve noção de que as vítimas (...) de abuso sexual pela Igreja são mais importantes do que qualquer tentativa de protagonismo político".
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A petição para alterar o nome da ponte pedonal do Parque Tejo, consultada pela TSF às 15h30, conta com 17.124 assinaturas.
"A adesão foi tanta (...), não podemos defraudar agora as pessoas que assinaram e que, com o seu ativismo político, queriam que este assunto fosse à Assembleia da República (AR)", afirmou Tiago Rolinho.
Os autores da petição mantêm a intenção de levar o documento à AR, considerando esta também ser uma forma de os deputados também "darem atenção" à questão dos abusos sexuais de menores na Igreja Católica.
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Esta segunda-feira o Patriarcado de Lisboa informou, em comunicado, que "D. Manuel Clemente pediu para não se efetivar a atribuição do seu nome à ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão", adiantando que o patriarca "agradece a atenção da Câmara Municipal de Lisboa, mas não quer, de modo algum, que a atribuição seja causa de divisão, ou que alguém se sinta ofendido".
Contactos pela TSF, o Patriarcado de Lisboa assegurou não ter mais nada a acrescentar e a Câmara de Lisboa não quis comentar as palavras de Manuel Clemente.