O vice-primeiro-ministro criticou na sexta-feira as declarações proferidas do antigo presidente Mário Soares na Aula Magna, as quais considerou «graves» e que «legitimam o uso da violência».
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Paulo Portas falava aos jornalistas à entrada para uma reunião partidária, destinada a «ouvir, debater e explicar» a orientação do partido e o rumo do país, integrada na preparação do congresso do CDS-PP, que se realiza em janeiro.
«As declarações de um antigo Presidente da República [Mário Soares] são graves porque elas significam, mesmo que involuntariamente, a legitimação da violência e em democracia a violência nunca é a forma adequada de manifestar uma opinião», declarou.
Paulo Portas salientou que, «em democracia e em liberdade, a forma adequada de expressar uma opinião é o voto» e não através da violência.
«É por isso que não posso deixar de ter esta observação de reprovação, relativamente às afirmações de um antigo Presidente da República, que até por ter desempenhado esse cargo, não deveria ter legitimado o uso da violência, o que, a meu ver, fez», criticou.
Questionado sobre a manifestação das forças de segurança junto ao Parlamento, o vice-primeiro-ministro considerou «preocupante» os manifestantes terem subido as escadarias da Assembleia, ante a passividade dos colegas que faziam o cordão de segurança.
«O que aconteceu quinta-feira é preocupante e não deve repetir-se. As forças de segurança representam a garantia de que há o cumprimento da lei e da ordem e, por isso, quando manifestam a sua insatisfação, que é um direito que têm, deve ter-se especial cuidado em que não haja alterações da ordem pública», sublinhou.
Para Paulo Portas, «na medida em que isso aconteceu, evidentemente teria de haver consequências», cabendo ao Governo «tratar com a máxima atenção as questões das forças de segurança, que são essenciais à manutenção da paz social e ao combate à insegurança e à atividade criminal».