Ao informar Cavaco, Sócrates e Passos Coelho do conteúdo da conversa que teve com a troika, Paulo Portas quer mostrar que o interesse de Portugal está à frente da luta partidária.
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O líder do CDS-PP defendeu, esta terça-feira, que o interesse nacional deve estar acima das querelas politico-partidárias e espera que a proximidade das eleições de 5 de Junho não contamine as conversas em curso.
No dia em que se reuniu com elementos da troika que está a negociar a ajuda a Portugal, Paulo Portas confirmou que vai informar o Presidente da República, o primeiro-ministro e o líder do PSD sobre o conteúdo da conversa que teve com elementos do FMI, BCE e Comissão Europeia.
«Quero com este sinal mostrar que para mim o interesse de Portugal é muito mais importante do que as lutas partidárias», acrescentou Portas.
Durante a reunião que teve com a troika, o líder democrata-cristão frisou ainda que «existem no contexto português limitações constitucionais que são conhecidas e que há uma eleição em que os portugueses vão fazer uma escolha a 5 de Junho».
«Ainda que a nossa margem de manobra não seja a maior, é preciso resguardar quer esses poderes quer essa escolha por parte do soberano, que é o povo português», sublinhou.
Sem detalhar as linhas da conversa que os elementos do CDS-PP tiveram com a troika, Paulo Portas diz ter defendido a «suspensão de todas as obras que agravam o endividamento» português.
O líder do CDS-PP defendeu ainda a «renegociação com base em critérios do interesse público das chamadas parcerias publico-privadas» e inclusão de medidas que «estimulem o crescimento económico».
«Deixámos muito claro que há uma linha social de apoio aqueles que são mais pobres, que são os idosos que trabalharam toda uma vida e que têm pensões muito baixos e que o nosso partido não deixará ultrapassar», adiantou.
Sobre a recusa da Esquerda em falar com a troika, Portas entende que não falar com as instituições que vão emprestar dinheiro a Portugal não é uma posição construtiva.