Portas reafirma que proposta do Conselho Europeu não é aceitável para Portugal
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros disse, no final da reunião com os parceiros sociais, que Portugal só pode aceitar a proposta do Conselho Europeu caso se verifiquem alterações.
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«Se esta proposta não for alterada, Portugal não a poderá aceitar, mas devemos contribuir ativamente para um compromisso e uma resposta mais robusta ao crescimento, à criação de emprego e à solidariedade», disse Paulo Portas quando questionado sobre a possibilidade de Portugal usar o direito de veto.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros que se reuniu durante uma hora e meia com os parceiros sociais disse, no final do encontro em Lisboa, que Portugal está a trabalhar no contexto do grupo dos países da coesão, que vai defender «um discurso nacional e simultaneamente europeu» e que não «se vai negociar um acordo qualquer».
Paulo Portas acrescentou que o encontro com os parceiros europeus decorreu «de forma construtiva do ponto de vista do que é o interesse nacional».
«A proposta não é aceitável para Portugal, atinge a política de coesão essencial para a solidariedade, penaliza a política de coesão e a Política Agrícola Comum e não leva em linha de conta as obrigações de Portugal na redução do défice e lesa o desenvolvimento rural», sublinhou Portas que defende, no entanto, que a Europa «chegue a um acordo» com uma «solução confortável» para todos.
«O fator tempo não é mais importante que o fator substância», disse Portas referindo-se à possibilidade do prolongamento de possíveis negociações sobre a proposta de redução do orçamento comunitário para o período 2014-2020.
«O espírito da Europa é o da procura de um compromisso mas o interesse de Portugal, que não está nesta proposta, vai ser defendido», disse Paulo Portas.