Portugal tem a partir de hoje uma plataforma de resposta à doença por vírus ébola, uma espécie de gabinete de crise com uma cadeia de comando, hierarquias e competência definidas, segundo informação da Direção-geral da Saúde
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Segundo um comunicado emitido após a reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública, foi aprovada a plataforma da resposta a doença por vírus ébola, que é «uma linha de comando e hierarquia claramente definida», mas que pode ir sendo adaptada à evolução da situação da doença.
«Dada a probabilidade de importação de casos e a probabilidade de ocorrência de casos secundários, importa estabelecer uma estrutura que coordene a resposta à doença por vírus do Ébola, a fim de serem desenvolvidas as medidas necessárias para contenção do vírus e para a resposta a uma eventual situação de contágio em território nacional», refere o documento a que a agência Lusa teve acesso.
No documento que estabelece a plataforma define-se um dispositivo de coordenação, uma estrutura executiva e núcleos transversais.
A coordenação cabe ao diretor-geral da Saúde e aos presidentes do INEM, da Autoridade do Medicamento, do Instituto Nacional de Saúde (INSA) e das administrações regionais de saúde.
Integra ainda, como observadores, representantes das regiões autónomas, das Forças Armadas e da Direção-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas.
A estrutura executiva da plataforma tem também responsáveis atribuídos, bem como os vários eixos que a compõem e que estão definidos como: de avaliação de risco, de prevenção e controlo, de comunicação e de avaliação.
O eixo de avaliação do risco pesquisa informação, atuando como ponto focal das redes de alerta internacionais.
Na plataforma ficam ainda definidos os responsáveis pela gestão de doentes, pela formação e treino de profissionais e pela gestão de contactos.
Criou-se também um comité de biossegurança, coordenado por uma profissional do INSA, que deve elaborar informações e orientações em áreas como transporte de casos suspeitos validados, gestão do doente internado (do ponto de vista da biossegurança), procedimentos perante um óbito, vigilância de contactos e equipamentos de proteção individual.
Na reunião de hoje do Conselho Nacional de Saúde Pública, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, focou a situação «preocupante da epidemia na África Ocidental», sublinhando que o risco para Portugal se eleva «à medida que a incidência de novos casos nos países africanos aumenta».
No encontro, o ministro da Saúde deu indicações para realizar simulacros a nível nacional de preparação para combater o vírus do Ébola e para reforçar a formação dos profissionais, a par da promoção de uma campanha aos cidadãos.
Paulo Macedo anunciou ainda a decisão de «promover uma campanha de informação e sensibilização aos cidadãos sobre riscos do Ébola».