As disfunções do sono são, cada vez mais, um problema social. Em termos globais, a insónia afeta 15% dos portugueses.
Corpo do artigo
Em Portugal, só a 13 e setembro de 2013 a ordem dos médicos reconheceu o Sono como uma subespecialidade/uma competência médica.
Cada vez se dorme menos em Portugal e todos os dias acordam novos casos de insónia, hipersonolência ou apneia do sono, que chegam ao Centro de Medicina do Sono, dos hospitais de Coimbra, nos Covões.
A lista de espera já soma 800 doentes e o prazo médio para ter uma consulta é de cinco meses.
A sociedade ocidental adormeceu para as consequências de um ritmo de vida desperto demais, como mostra Joaquim Moita, responsável pela unidade: «a sociedade atual, a cultura anglo-saxónica realça o trabalho e o lazer, o estar permanentemente ativo e desvaloriza o sono».
Em Portugal, o problema é ainda mais grave. Os portugueses deitam-se ao mesmo tempo que os vizinhos espanhóis e levantam-se à mesma hora que os nórdicos. A privação de sono resulta em hipersonolência e as consequências são inevitáveis, tais como «diminuição da capacidade de trabalho, grande labilidade emocional e o problema dos acidentes», alertando que «antes da realização de uma viagem longa é preciso que haja um sono eficaz».
Para dormir sobre o conselho: um adulto precisa, em média, de 7 a 8 horas de sono e uma criança entre 10 e 12. Joaquim Moita alerta para o facto de os grandes centros escolares serem um inimigo do sono.
«Fala-se muto do impacto que tem para os professores, mas tenho ouvido pouco acerca das crianças. Chegam a casa muito tarde, ainda têm trabalhos de casa para fazer e deitam-se muito tarde».
Cerca de 10% das crianças tem insónia, números que vão aumentando à medida que o tempo passa. 35% dos idosos dorme mal.