"Portugueses vão pagar muito mais impostos." OE traz aumento do IVA, ISP e carga fiscal
Paulo Núncio não tem dúvidas de que o novo Orçamento do Estado traz um enorme aumento da receita dos impostos indiretos.
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Paulo Núncio, fiscalista e vice-presidente do CDS, defende que "uma das coisas certas" do Orçamento do Estado para 2024 é que os "portugueses vão pagar muito mais impostos" do que pagaram este ano.
"A despesa pública sobe mais 9.6% face a 2023 e, por isso, a receita tem de crescer para que a conta feche. A receita fiscal agrava-se 25% e, por isso, os portugueses vão de facto pagar muito mais impostos em 2024, em particular nos impostos indiretos", explicou o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo PSD/CDS.
O ex-governante não tem dúvidas de que o novo Orçamento traz um enorme aumento da receita dos impostos indiretos como o IVA, ISP e a carga fiscal, que mexem com a carteira dos portugueses.
"A receita do IVA crescerá mais de 8% com o fim, designadamente, do IVA zero no cabaz dos bens alimentares essenciais e a receita sobre o imposto sobre os combustíveis, o ISP, o imposto que todos nós pagamos quando atestamos o carro, será agravada em mais de 13%. E a carga fiscal vai continuar a crescer como cresceu sempre em todos os anos da governação socialista. Recordo que quando o PS iniciou a sua governação em 2016, a carga fiscal estava em 34.1% do PIB. Em 2023 a carga fiscal ascenderá a 37.2% do PIB e o Orçamento prevê que a carga fiscal chegue a 38% do PIB em 2024, o valor mais elevado da história da democracia portuguesa", acrescentou Paulo Núncio.
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O Governo apresentou na terça-feira o OE2024 que revê em alta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, de 1,8% para 2,2%, e em baixa de 2,0% para 1,5% no próximo ano.
A proposta de OE2024 será discutida e votada na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro, estando a votação final global agendada para 29 de novembro.