Ordem dos Contabilistas avisa que descida do IRS "não abrange toda a classe média"
A bastonária destaca que há impostos indiretos que vão mexer com muita gente.
Corpo do artigo
Um dia depois de o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter revelado a proposta de Orçamento do Estado para 2024, a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, fez as contas e concluiu, no Fórum TSF, que a descida do IRS não é para toda a classe média.
"No primeiro escalão são de 1.25 [pontos percentuais, pp] só, depois no segundo escalão 3 pp, 3.50 pp no terceiro escalão, 2.50 pp no quarto escalão e depois 2.25 pp no quinto escalão. Ainda assim, no quinto escalão estamos a falar de rendimentos brutos até aos dois mil euros por mês, o que não abrange toda a classe média. Portanto já é um rendimento que, de acordo com o aumento, inclusivamente do salário mínimo nacional para 820 euros, já não é um rendimento que seja aquele que se quer para a classe média. Portanto, poder-se-ia ter ido mais longe em relação aos escalões abrangidos", explicou à TSF Paula Franco.
TSF\audio\2023\10\noticias\11\paula_franco_classe_media
A bastonária destaca também que há impostos indiretos que vão mexer com muita gente e que as taxas e taxinhas vão diminuir os ganhos das pessoas.
O Governo entregou na terça-feira ao início da tarde, na Assembleia da República, a proposta de OE2024, que prevê que a economia portuguesa cresça 1,5% em 2024 e registe um excedente orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Após a entrega, o calendário indica que a proposta do OE2024 é discutida na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro. As discussões na especialidade - onde são debatidos e votados quer os artigos da proposta do OE2024, quer todas as propostas de alteração e aditamento entretanto entregues pelos partidos - vão decorrer de 23 a 29 de novembro, culminando com a votação final global do documento.