Posto de Emergência Médica do INEM causa prejuízo mensal de 5 mil euros aos bombeiros de Mirandela
O presidente da direção diz que o protocolo entre a Liga dos Bombeiros e o INEM assinado em 2021 "é escandaloso" porque lesa as associações de bombeiros.
Corpo do artigo
A Associação dos Bombeiros Voluntários de Mirandela tem um prejuízo mensal de cinco mil euros com as viaturas do Instituto Nacional de Emergência Médica, instaladas no quartel da corporação.
A revelação é do presidente da direção daquela associação, que considera desastroso o protocolo assinado, em outubro de 2021, entre a Liga dos Bombeiros Portugueses e o INEM sobre os valores atribuídos às corporações para subsidiar a atividade pré-hospitalar no âmbito do sistema integrado de emergência médica.
Sílvio Santos afirma, sem rodeios, que o protocolo "é escandaloso" para os bombeiros.
TSF\audio\2023\12\noticias\20\fernando_pires_liga_dos_bombeiros_e_o_inem
"As associações humanitárias têm as viaturas INEM instaladas nos seus quartéis, simplesmente pela responsabilidade social que têm para com as populações, porque financeiramente são caóticos", adianta.
O presidente da direção dos bombeiros de Mirandela fala num prejuízo mensal a rondar os cinco mil euros.
"O INEM atribui mensalmente uma verba fixa à nossa associação de 4890 euros. Faturamos mensalmente ao INEM, uma média de 7000 euros, o que totaliza cerca de 12000 euros. Se considerarmos que para garantir o serviço 24 horas por dia, em duas viaturas, temos de ter, no mínimo, dez trabalhadores efetivos para o efeito, não é difícil perceber que todos os meses temos prejuízo, porque ainda temos de suportar os custos com combustível, pneus, reparações e consumíveis diários", explica.
Sílvio Santos entende que com este protocolo o Estado, através do INEM, "está a lesar as associações" e pode mesmo "colocar em causa a qualidade na prestação de serviços".
Para o presidente da corporação, o Estado está a valer-se da responsabilidade social que os bombeiros têm para com as populações e dessa forma ser um entrave a possíveis formas de luta das corporações. "A vontade que dá é de parar, mas nenhuma direção tem coragem para mandar o INEM embora, pela responsabilidade social que têm", assume.
Recorde-se que este protocolo foi assinado pelo ex-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares.
O atual líder, António Nunes, já defendeu publicamente, a necessidade de haver um reajustamento das verbas atribuídas às corporações de bombeiros no âmbito do sistema integrado de emergência médica.