Membros da Comissão Nacional de Eleições (CNE) acreditam palavras do presidente do Conselho Administração da Assembleia da República "desrespeitam quem morreu em Pedrógão". Pedro Pinto responde na TSF e garante que é "exatamente o contrário".
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Pedro Pinto, presidente do Conselho de Administração do Parlamento e histórico deputado do PSD, disse numa reunião sobre a mudança de instalações que "a CNE ou se mudaria para o novo local ou para Pedrógão". As palavras ficaram escritas numa ata da CNE que a TSF consultou e o social-democrata esclarece, agora, que a escolha do local não é depreciativa.
"O que me é dito é que fosse alugado um outro qualquer espaço e eu disse 'para alugar um outro qualquer espaço, então se calhar faz sentido que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) - quando tanto falamos na necessidade de descentralizar serviços - vá para vários sítios do país", começa por explicar à TSF, recordando que deu como exemplo Pedrógão.
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"Havendo tanta entidade que neste momento defende que haja investimentos em Pedrógão por parte dos privados, porque é que o Estado não há de fazer um esforço e a CNE ir para Pedrógão visto que não tem qualquer tipo de problemas de ir para um sítio que possa ser alugado?", questionou o deputado do PSD.
Deste modo, Pedro Pinto é perentório: "Isto não é uma questão de respeito por Pedrógão, isto é exatamente o contrário, é dizer que aquela tragédia deve ter por parte das entidades privadas e públicas o máximo respeito e não acharem que pôr lá uma qualquer entidade pública é desprestigiar, é exatamente o contrário, é prestigiante para Pedrógão Grande".
O presidente do Conselho de Administração do Parlamento assegura que este "foi o enquadramento em que tudo se passou" e que a "questão de fundo" foi tentar-se "arranjar uma interpretação à volta de Pedrógão que seria negativa, para escamotearem a questão de não quererem ter mudado de um edifício para outro em que dizem que não têm dignidade, quando todas as outras instituições não levantaram este tipo de problemas".
No entanto, e segundo Pedro Pinto, "eles [membros da CNE] fizeram as declarações que fizeram, [mas] já aceitaram e já estão a tratar deste documento da AR".
Os membros da CNE acrescentaram: "Não vislumbramos maior desrespeito pelas pessoas que morreram em Pedrógão e pelas que poderão morrer em caso de incêndio no edifício para onde se pretende (re)mover a CNE" [a falta de segurança é um dos vários problemas apontados ao futuro edifício].
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