Entre os 180 trabalhadores que receberam bónus está a mulher do presidente da Câmara de Lisboa.
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Apesar de ter tido um prejuízo de 118 milhões no ano passado, a TAP atribuiu prémios de 1,171 milhões de euros a 180 trabalhadores no mês de maio.
A distribuição destes bónus a apenas a alguns colaboradores, incluindo dois quadros de topo, foi conhecida esta quarta-feira e já levou o Estado a convocar uma reunião de emergência na TAP.
Segundo o Jornal de Negócios, os seis administradores da companhia aérea ligados ao Estado vão analisar a situação já esta quinta-feira numa reunião extraordinária do conselho de administração.
Fonte ligada ao processo disse ao mesmo jornal que os membros do Estado ligados à TAP - António Gomes Menezes, Ana Pinho, Bernardo Trindade, Diogo Lacerda Machado, Esmeralda Dourado e Miguel Frasquilho - ficaram "bastante incomodados" com o que veio a público.
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Os prémios foram pagos juntamente com o salário de maio destes colaboradores e oscilam entre 110 mil e pouco mais de mil euros.
De acordo com a lista a que o jornai i teve acesso, o administrador da TAP Abílio Martins e o CRO Elton D"Souza, responsável pelas receitas da empresa, receberam 110 mil euros cada.
O diretor técnico Mário Lobato de Faria é o terceiro da lista com o prémio mais avultado - mais de 88 mil euros.
Entre os restantes beneficiários, com prémios iguais ou inferiores a 30 mil euros, inclui-se a mulher do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina. Stéphanie Silva trabalha no gabinete jurídico da TAP há um ano e terá recebido quase 18 mil euros.
Em declarações à TSF, Cristina Isabel Carrilho, coordenadora da comissão de trabalhadores, comenta que a medida parece "estranha" porque "ao atribuir prémios apenas a determinados trabalhadores estão a discriminar-se outros".
Também o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) contesta a atribuição de prémios apenas a alguns colaboradores e exige explicações por parte da administração da transportadora aérea.
Contactada pela TSF, a TAP argumenta que é uma empresa privada e que não comenta as suas políticas de mérito.