"Problemas agudizam a cada dia que passa." Sindicato da PSP realiza plenário de protesto no aeroporto de Lisboa

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O plenário realiza-se até às 11h00 na Esquadra de Controlo e Fronteira e tem como objetivo criticar o Governo por não estar a cumprir com o acordo assinado em julho de 2024
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) realiza esta quinta-feira de manhã um plenário de protesto no aeroporto de Lisboa devido à ausência de resposta do Governo em resolver os problemas dos polícias que estão nas fronteiras aéreas.
O plenário, que se realiza entre as 07h00 e as 11h00 na Esquadra de Controlo e Fronteira, tem também como objetivo, segundo disse à Lusa o presidente da ASPP, criticar o Governo por não estar a cumprir com o acordo assinado em julho de 2024, o que já levou o sindicato a abandonar as negociações com o Governo.
"Organizámos este protesto com duas variáveis. Uma delas tem a ver com a ausência do cumprimento do acordo por parte do Governo, acordo esse fechado entre a ASPP e o Governo em 2024 e agora, no retomar das negociações, o Executivo não pretende continuar, do nosso ponto de vista, a dar cumprimento àquilo que foi estabelecido. A segunda tem a ver com o conjunto de problemas que existem e ocorrem no aeroporto de Lisboa. Realizámos um plenário em novembro passado, fizemos um levantamento de todos os problemas que surgiram após a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, fizemos um documento exaustivo, entregámos esse documento à senhora Ministra, aos grupos parlamentares, ao Diretor Nacional da PSP e também ao Inspetor-Geral da Administração Interna. Até hoje não tivemos qualquer resposta e os problemas agudizam a cada dia que passa", explica à TSF Paulo Santos, presidente da associação sindical.
Este plenário, que poderá causar constrangimentos no aeroporto, acontece depois de a ASSP ter realizado um outro em novembro e alertado para a continuidade dos protestos na ausência de respostas concretas do Governo na resolução dos problemas dos polícias que estão nas fronteiras aéreas.
Do plenário de novembro saiu um documento sobre a situação no controlo de passageiros nas fronteiras aeroportuárias, uma competência que a PSP herdou há dois anos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que a ASPP enviou ao Governo, direção nacional da PSP, Inspeção Geral da Administração Interna e partidos políticos.
Neste documento, a ASPP denuncia a "grande revolta" dos polícias no aeroporto de Lisboa, que refutam as críticas de serem responsáveis pelos tempos de espera e acusam "a intromissão e pressão inexplicável" do poder político.
Paulo Santos indicou que o protesto é organizado "face à ausência de progressos, à desvalorização manifesta dos profissionais da PSP, nomeadamente no que concerne ao acordo celebrado em julho de 2024, e à persistência das deficiências nas divisões de segurança aérea".
Segundo a ASPP, o fim do SEF e a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras "apenas perpetuaram as deficiências existentes, evidenciando uma estratégia governativa de implementação de uma polícia "low cost" e a contínua desvalorização dos profissionais".
Os tempos de espera no aeroporto de Lisboa têm sido elevados, que aumentaram nos últimos dias, tendo a ministra da Administração Interna anunciado na quarta-feira um reforço de 80 polícias da PSP para os próximos 15 dias com o objetivo de assegurarem o funcionamento regular do controlo de fronteiras e a segurança no período de maior afluência.
Paulo Santos questionou em que condições estes polícias vão ser colocados no aeroporto de Lisboa, avançando que não há espaço, nem boxes, suficientes, uma vez que o problema do aeroporto de Lisboa é de "gestão do espaço".
