Problemas com fornecedor estrangeiro: fabricantes da Indústria Automóvel defendem produção nacional
José Couto, dirigente da Associação de Fabricantes da Indústria Automóvel, alerta, em declarações à TSF, que mais eventos meteorológicos podem afetar a produção de peças na indústria, ressalvando, assim, a urgência de o mercado nacional começar a procurar colmatar estas lacunas.
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O presidente da Associação de Fabricantes da Indústria Automóvel (AFIA) defende que Portugal devia começar a produzir e a fornecer peças que são compradas no estrangeiro, após a paragem de produção na Autoeuropa ter provocado o despedimento de 200 trabalhadores temporários.
"É muito importante identificar alguém que possa produzir o produto - a peça que está em causa - e enviar um processo que permita ser um futuro fornecedor desta peça para a Autoeuropa", sublinha José Couto, em declarações à TSF.
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A fábrica de automóveis da Volkswagen de Palmela revelou que vai haver uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia "severamente afetado" pelas cheias que ocorreram no passado mês de agosto naquele país.
O presidente da AFIA alerta que mais eventos meteorológicos na Europa podem afetar a produção de peças na indústria automóvel, ressalvando, nesse sentido, a urgência de o mercado nacional começar a procurar colmatar estas lacunas.
"Portugal podia fazer este produto", insiste.
José Couto assegura ainda que a associação continua a trabalhar para resolver o problema e apresentar soluções para garantir a produção em Portugal.
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"Nesta altura, primeiro do que tudo, o trabalho que a Volkswagen está a fazer é ajudar a recuperar o chão de fábrica, o processo de produção do seu fornecedor", esclarece, defendendo que cabe ao mercado português "encontrar uma alternativa que possa dar uma maior flexibilidade no futuro à Autoeuropa".
O dirigente da AFIA destaca que a organização procurou "sempre" evidenciar a necessidade de capacitar a indústria portuguesa.
"A questão é que - e sempre dissemos - gostaríamos que a indústria portuguesa estivesse mais desenvolvida também com a Autoeuropa", conta.
A Autoeuropa anunciou também que iria recorrer ao lay-off durante a paragem de produção.
O lay-off é uma medida que prevê a redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho, devido a motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, incluindo catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa, desde que tais medidas se mostrem indispensáveis para assegurar a viabilidade económica dessa empresa e a manutenção dos postos de trabalho.
Esta quinta-feira, o Governo esteve reunido com a Volkswagen e com associações portuguesas do setor automóvel.