Professores e não docentes marcham em Lisboa pela escola pública e condições de trabalho

José Milheiro/TSF
Protesto encerra uma semana de greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação.
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Algumas centenas de professores e não docentes estão esta sexta-feira a manifestar-se em Lisboa, num protesto convocado pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) em defesa da escola pública e por melhores condições de trabalho.
À hora marcada, pelas 14h00, perto de duas centenas de professores e não docentes já se concentravam na rua Possidónio da Silva, junto à presidência do Conselho de Ministros, quando chegou também o coordenador do Stop, André Pestana.
Pouco a pouco os profissionais juntaram-se e, cerca das 14h30, a mancha de manifestantes iniciou a sua marcha rumo à Assembleia da República, ao som de apitos, tambores e palavras de ordem como "Não paramos" ou "Está na hora, está na hora de o ministro ir embora".
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Em declarações à reportagem da TSF no local, Carla, professora de Matemática, alerta que "nunca se viu tão pouca formação de professores como ultimamente, o ano letivo arrancou com pelo menos cem mil alunos sem professor de alguma disciplina". Para esta docente, "o futuro do país está em causa".
Prevê que, ao longo do ano letivo, os professores que coloquem baixa "já não tenham quem os substitua". Além disto, refere que os que estão já a substituir outros "são aqueles que não têm habilitação para a docência, porque foi outra medida do senhor ministro, a de baixar habilitações para a docência para conseguir tapar buracos".
Esta é a primeira manifestação de profissionais das escolas do ano letivo 2023/2024 e encerra uma semana de greve convocada pelo Stop.
Depois de um ano letivo muito marcado por greves e protestos, os professores e não docentes prometem dar continuidade à contestação até que o Ministério da Educação aceite as reivindicações dos trabalhadores, sobretudo a recuperação do tempo de serviço congelado: seis anos, seis meses e 23 dias.