Professores "não ficarão sobrecarregados". Diretores escolares concordam com disciplinas de literacias e projeto pessoal
Em declarações à TSF, Filinto Lima sublinha que são "áreas pouco exploradas"
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O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, aplaude a criação das novas disciplinas de literacias e dados e projeto pessoal no ensino secundário.
"Nós concordamos com o avançar desta matéria. É uma área que está pouco explorada no nosso ensino, principalmente a literacia financeira. É importante, de facto, para todos nós estarmos mais atentos àquilo que se passa em nosso redor e no que toca às diversas literacias, mas também me parece que projeto pessoal é muito importante. Fazer um projeto tendo em conta a nossa vida, aquilo que nós queremos ter para o nosso futuro, é bastante importante para os nossos jovens, sobretudo a partir do ensino secundário. Portanto, são duas áreas positivas num projeto-piloto para três anos", disse Filinto Lima à TSF.
O Governo adianta em comunicado que sete escolas aceitaram integrar um projeto-piloto de três anos, que consiste na criação das disciplinas de "Projeto Pessoal" e "Literacias e Dados". Esta última disciplina inclui literacia financeira, comercial, laboral e participação democrática.
O Ministério da Educação refere que quem vai lecionar essas novas disciplinas serão os professores de outras áreas que já estão colocados nessas escolas, algo com que o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas concorda: "De literacia financeira, um exemplo que eu quero aqui dar, poderá muito bem ser dado por um professor de economia, por um professor de matemática. Mas com certeza que os diretores destas escolas que aderiram a este projeto seguramente dispõe neste momento de recursos humanos para avançar com estas duas novidades, quer as literacias, quer o projeto pessoal."
Filinto Lima não teme que os professores sejam obrigados a fazer horas extraordinárias para cumprirem as metas das novas disciplinas.
"Não ficarão sobrecarregados porque serão parte das suas horas letivas. Agora aqui, eventualmente, o que se pode pedir, o que se pode exigir, é formação, admito que sim, em áreas específicas e ao fim ao cabo são novidade no nosso sistema educativo. Portanto, quer a área das literacias, quer a do projeto pessoal, a existência de formação proporcionada pelo Ministério da Educação com certeza que será bem-vinda", explica.
