Professores protestam em São Bento depois de Costa voltar a rejeitar recuperação do tempo de serviço
Manifestação em frente à residência oficial do primeiro-ministro vai reúne nove organizações sindicais.
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Professores e educadores vão concentrar-se esta terça-feira junto à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, para exigir a recuperação integral do tempo de serviço e respostas para a falta de profissionais, desvalorização salarial, custos elevados para os professores deslocados e precariedade.
A concentração foi convocada pela plataforma de nove organizações sindicais depois de esta segunda-feira António Costa ter recusado mais uma vez, numa entrevista à TVI/CNN a contagem integral do tempo de carreira dos professores.
Em comunicado, as organizações sindicais asseguram que "não abdicam de discutir e negociar soluções que deem resposta aos problemas até ao final da atual legislatura" e pedem uma audiência com o primeiro-ministro.
"As organizações sindicais de professores não exigem que tudo se resolva de uma só vez", ressalva o documento subscrito por ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU, mas contestam "a indisponibilidade do ME/Governo para processos negociais".
"O Ministro da Educação, repetidamente, afirma que reúne com as organizações sindicais, contudo, os problemas não se resolvem só por se realizarem reuniões, é necessário que delas resultem soluções, o que não tem acontecido."
O primeiro-ministro voltou a rejeitar esta segunda-feira a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, considerando que o custo "é insustentável para o país" e porque "tem de haver equidade" para todas as carreiras da função pública.
Questionado se acompanhava a proposta do PSD para uma recuperação integral do tempo de serviço congelado destes profissionais ao longo de cinco anos, António Costa recusou comprometer-se com algo que sabia não poder cumprir.
"Não posso recuperar o tempo de uma carreira se não recuperar todas as outras, temos de tratar todos com equidade: aplicámos aos professores o que aplicámos aos outros funcionários públicos", argumentou, considerando que os Açores e a Madeira - onde houve recuperação integral do tempo para essa classe profissional - "tiveram e devem ter tratamento diferenciado".
Em resposta às exigências dos professores, líder do Executivo preferiu destacar duas medidas que vão ser aplicadas pelo Governo a partir do próximo ano letivo: o aumento de 10 para 63 do número quadros de zona pedagógica, para diminuir a distância de colocação de professores, e a possibilidade de os professores colocados numa escola passarem a poder ser integrados numa escola antes de completarem três anos de horários completos.