Depois de mais uma reunião da comissão de inquérito sobre a nacionalização e reprivatização do BPN, o PSD criticou, esta tarde no Parlamento, o PCP considerando que está a antecipar-se no envio do inquérito ao primeiro-ministro. Também o PS criticou a atitude dos comunistas, que já responderam às críticas.
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O PCP sente-se bloqueado no direito de enviar já esta sexta-feira as perguntas ao primeiro-ministro. PSD e PS suspeitam de uma ânsia de protagonismo numa matéria em que por consenso as perguntas podiam seguir para S. Bento só depois de ouvida a secretária de Estado do Tesouro, já na próxima semana.
Este não é o tempo pretendido por Honório Novo, do PCP, que defende que as perguntas a Passos Coelho, a propósito da intervenção na venda do BPN, deviam seguir a tempo das respostas chegarem antes das férias parlamentares.
«A mesa está a bloquear e portanto na prática trata-se de um questão de bloqueamento de um direito inalienável de um grupo parlamentar que deve ter a possibilidade de remeter para o senhor primeiro-ministro no momento que considera oportuno o questionário feito», sublinhou o deputado comunista.
O PS diz que também tem as perguntas prontas para enviar, mas Basílio Horta considera que mais três dias não fazem diferença.
«Numa situação de consenso e para ouvir a secretária de Estado que pode trazer elementos novos, nós entendemos esperar três dias. Não se entende esta ânsia de protagonismo do Partido Comunista, fazendo um caso de uma questão de organização de agenda», considerou o deputado socialista.
Hugo Velosa, do PSD, vem em defesa da decisão de Vitalino Canas, o socialista que preside à comissão de inquérito ao caso BPN.
«É inusitada esta posição do PCP e do deputado Honório Novo e não fazer comentários das razões porque tomam esta posição, mas tem de ficar claro que o PSD não tem nenhum problema em que as perguntas tenham já seguido, até já deviam ter seguido, portanto não há nenhum veto», referiu Hugo Velosa.
Todos os partidos sublinham o direito comunista em avançar com as perguntas, mas não compreendem a pressa.