O social-democrata Miguel Santos admitiu, no Fórum TSF desta terça-feira, que havia uma alternativa para não subir as taxas moderadoras, nomeadamente acabar com todas as isenções.
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O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD afirmou que o esforço que é pedido à classe média com o aumento das taxas moderadores é para salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e garantir o acesso de todos.
O ministro da Saúde anunciou que as consultas nos centros de saúde passam de 2,25 euros para cinco euros, enquanto que nas urgências hospitalares a taxa moderadora passa de 9,60 euros para 20 euros.
«A alternativa seria não aumentar as taxas moderadoras, mas acabar com todas as isenções e dispensas nos actos médicos de pagamento para toda a população», contou Miguel Santos.
O caminho escolhido exige «àqueles que tem mais condições económicas», ou seja, a quem ganhe mais de «628 euros», um «esforço acrescido», mas «salvaguardando os mais desfavorecidos» e garantindo desta forma o acesso de todos os SNS, explicou.
«As isenções que existiam são todas respeitadas» e «o universo de isenções ainda é mais alargado», sendo que, de acordo com as novas regras para o critério de insuficiência económica, «seis milhões de portugueses não vão pagar taxas moderadoras», disse Miguel Santos.
O deputado do PSD disse ainda que as taxas moderadoras dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, por agora, não vai ser revistas. Ou seja, não há mais aumentos previstos para o futuro para além dos indicados.
O social-democrata disse ainda que, apesar deste «esforço» pedido à classe média, o PSD não teme ser penalizado pelos portugueses nas eleições, até porque «não está a governar para as urnas» nem a «tomar decisões para ser popular».
«Os portugueses reconhecem que o PSD está a desempenhar uma missão patriótica depois de uma série de governos que levaram o país a uma situação de pré-falência, de ruptura», acrescentou.
Também no Fórum TSF desta terça-feira, António Serrano, o deputado socialista que trata das questões de Saúde, considerou que «o aumento das taxas moderadoras não representa uma solução para o SNS», porque «nem modera a procura indevida de cuidados nem financia o SNS».
Como o ministro da Saúde, Paulo Macedo, referiu, os novos valores para a taxas moderadoras contribuem para dois por cento do financiamento do SNS, sendo que com os valores antigos as taxas contribuíam em um por cento, disse.
O PS não está contra o aumento das taxas moderadoras, até porque isso está no acordo assinado com a "troika". O que choca os socialistas é o tamanho do aumento.
António Serrano sublinhou que não há nenhum produto, a não ser a Saúde, que aumente para o dobro.
O deputado disse ainda que o argumento de que este aumento das taxas moderadoras serve para moderar as falsas urgências não faz sentido porque não há outra alternativa. Defendeu, por isso, a criação de outros mecanismos, como o alargamento dos horários do centro de saúde.