Grupo parlamentar questiona Marta Temido sobre as circunstâncias da morte de um bebé, na sequência de um parto por cesariana no Hospital das Caldas da Rainha.
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O grupo parlamentar do PSD questionou esta sexta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, sobre as circunstâncias da morte de um bebé, após parto por cesariana, no Hospital das Caldas da Rainha.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o grupo parlamentar diz pretender, também, que Marta Temido diga "que diligências foram espoletadas pela tutela para apurar todas as responsabilidades" e quais as que foram desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para apoiar a família do bebé.
Finalmente, os social-democratas querem saber quando "será reforçado o serviço de obstetrícia do Hospital das Caldas da Rainha, para que não voltem a existir períodos sem assistência médica especializada".
"O PSD considera que este episódio, que teve um desfecho trágico, tem de ser alvo da mais profunda investigação, tendo de ser apuradas todas as responsabilidades e com o total envolvimento da tutela", destaca o grupo parlamentar.
À TSF, o coordenador da comissão da saúde, Rui Cristina, explica quais os objetivos do grupo parlamentar do PSD.
"O que nós queremos é exigir ao Governo que apure todas as responsabilidades e de que forma é que este momento trágico pôde ter acontecido. Também temos conhecimento que o serviço de urgência da unidade se encontrava, no momento da intervenção, com uma escala incompleta de médicos obstetras e temos que saber o quanto antes quais foram, realmente, as causas deste episódio e, para isso, o PSD acabou por questionar a senhora ministra da Saúde relativamente a este assunto, porque a verdade é que nos últimos dias nós sabemos que o serviço de urgência deste hospital das Caldas da Rainha encontrava-se e encontra-se sob pressão já há várias semanas", afirma, sublinhando que "há que contratar, há que criar condições para atrair médicos obstetras".
"Isto é uma situação que tem de ser resolvida, porque neste Orçamento do Estado falava em mais de 700 milhões para a saúde, só que isso não se repercute nas necessidades do SNS e, casos destes, nós queremos evitar que voltem a acontecer no futuro", acrescenta.
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O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste abriu um inquérito participando à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) o caso de uma grávida que perdeu o bebé alegadamente por falta de obstetras no Hospital das Caldas da Rainha.
Em comunicado hoje divulgado, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste esclarece que, na sequência da "ocorrência grave" com uma grávida na quarta-feira "foi aberto um processo de inquérito pelas IGAS, sendo, por isso, prematuro estabelecer qualquer relação de causa-efeito entre o encerramento da urgência obstétrica e o referido episódio".
Na nota, o Conselho de Administração lamenta "profundamente a morte registada e endereça sentidas condolências a todos os familiares".
Numa primeira nota, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) confirmou que na passada quinta-feira, a urgência obstétrica do CHO "teve constrangimentos no preenchimento da escala médica".
Segundo o centro, isso "determinou o encerramento da referida urgência ao CODU/INEM [Centro de Orientação de Doentes Urgentes/Instituto Nacional de Emergência Médica], após a definição de circuitos de referenciação de doentes com outros hospitais".
A unidade hospitalar salienta ainda na nota que "não há nenhum nexo de causalidade estabelecido entre a morte do bebé e as limitações no preenchimento das escalas".
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
* Notícia atualizada às 20h34