Hospital diz que é "prematuro" relacionar morte de bebé com falta de obstetras
Esclarecimento surge depois de uma grávida ter perdido o bebé, alegadamente por falta de obstetras no hospital das Caldas da Rainha.
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O Centro Hospitalar do Oeste afirmou, esta sexta-feira, que não há "nenhum nexo de causalidade" entre a morte do bebé no hospital das Caldas da Rainha e as "limitações no preenchimento das escalas" e, pouco depois, num novo comunicado sublinhou que, com a abertura do processo de inquérito e participação do caso à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, é "prematuro estabelecer qualquer relação de "causa-efeito entre o encerramento da urgência obstétrica e o referido episódio".
"O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste lamenta profundamente a morte registada e endereça sentidas condolências a todos os familiares", pode ler-se na mesma nota.
O esclarecimento surge depois de uma grávida ter perdido o bebé, alegadamente por falta de obstetras no hospital das Caldas da Rainha, levando o hospital a determinar a abertura de um inquérito e a participar o caso à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
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O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, aponta vários hospitais em dificuldades.
"Nós temos vindo a denunciar há vários meses. Ainda ontem no nosso site oficial fazíamos um apelo para que o Ministério da Saúde tomasse medidas em relação à situação que está ocorrer em várias maternidades. Não é a primeira vez que maternidade das Caldas está encerrada. Ainda hoje São Francisco Xavier, Garcia da Orta, Fernando da Fonseca estão com sérias limitações no atendimento das grávidas. Nós exigimos que haja um inquérito célere", afirmou em declarações à TSF.
O Centro Hospitalar do Oeste já anunciou a abertura de um inquérito, mas Roque da Cunha renova o apelo ao Ministério da Saúde para que "não ignore o problema".
"Não é possível estarmos há mais ano e meio a lembrar e a fazer denúncias, os colegas a apresentarem as minutas de escusa de responsabilidade e a atitude dos conselhos de administração, em vez de contratarem médicos, acaba por ser a pressão para manter artificialmente estas maternidades abertas. Nós apelamos à sensibilidade e ao bom senso do Ministério da Saúde para apresentar soluções e nós estamos totalmente disponíveis para aquilo que formos chamados", acrescenta.
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A RTP refere que o incidente aconteceu na noite de quarta-feira, quando o serviço de urgência em obstetrícia daquela unidade estava encerrado por falta de médicos.
A situação terá atrasado o atendimento à mulher grávida, que acabou por perder a criança.
Notícia atualizada às 16h48