PSD quer posição de candidatos do PS sobre fim de parcerias com universidades americanas
O coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD pediu esclarecimentos ao Governo sobre esta decisão.
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O PSD desafiou este domingo os candidatos à liderança do PS a deixar "tricas e pequenos jogos de poder" e assumir uma posição sobre a "decisão grave" do Governo de não renovar os contratos para parcerias com universidades norte-americanas. Para Pedro Duarte, coordenador do Conselho Estratégico Nacional do partido, esta decisão tem grande impacto no futuro.
"O PSD foi apanhado de surpresa com esta decisão que consideramos grave, consideramos muito prejudicial e com um impacto muito negativo na economia portuguesa, nas empresas portuguesas, no ecossistema de inovação de Portugal e na própria academia e ciência portuguesa. Este argumento de que há um Governo de gestão e que vai haver um novo Governo no início do próximo ano é uma desculpa esfarrapada que não pode convencer ninguém. Parcerias desta natureza, com instituições norte-americanas como aquelas de que estamos a falar não se decidem no final do ano em que se concluem. Esse trabalho já deveria estar a ser feito há muito tempo, muito antes de o Governo se ter demitido", explicou à TSF Pedro Duarte.
O social-democrata pediu esclarecimentos ao Governo sobre esta decisão que diz ser errada e que "vai contra muito daquele que é o pensamento das startups nacionais, das empresas portuguesas, dos elementos mais inovadores e empregadores da sociedade portuguesa".
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"O PSD interpela os candidatos à liderança do PS que, talvez fizesse sentido que substituíssem as tricas e os pequenos jogos de poder em que se têm entretido do ponto de vista discursivo e do debate, para falar destas matérias que realmente têm impacto de médio e longo prazo muito significativo para a vida dos portugueses", desafiou.
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Pedro Duarte pediu por isso que Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, que "estão no núcleo duro da governação socialista desde há anos", não só digam o que farão sobre o tema caso venham a ter responsabilidades, mas também que comentem a própria decisão governamental.
"Era mais importante falar sobre este tipo de assuntos que de facto têm impacto na vida dos portugueses e no futuro do país do que andarem entretidos a comentar outras coisas", insistiu.
Em causa está uma notícia do Expresso de sexta-feira de que a ministra da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, tinha posto fim a parcerias com universidades americanas, o que lhe valeu críticas do seu antecessor Manuel Heitor e do também ex-ministro da Economia Pedro Siza Vieira.
Hoje, já depois das duras críticas de Siza Vieira, Elvira Fortunato disse à TSF que não cancelou parcerias com universidades norte-americanas e remeteu para o próximo Governo a decisão da renovação dos contratos, que terminam no final deste ano, por uma questão ética.
"Essa posição da ministra não deixa de ser, no mínimo, surpreendente, porque os contratos vão acabar no final do ano e ela sabe há muito tempo, como todo o país sabe, que iriam acabar no final do ano. Se a ideia era renegociar evidentemente isso já deveria ter sido feito com mais antecedência", condenou o coordenador do CEN.
Considerando que o próximo que sair das eleições legislativas antecipadas de 10 de março "tem legitimidade para fazer o que muito bem entender", Pedro Duarte alertou que "entretanto as parcerias vão acabar".
"O novo Governo terá eventualmente de recomeçar ou de iniciar uma conversação completamente distinta porque não haverá uma renovação do contrato na medida em que eles vão terminar no final do ano", disse.