
Luís Montenegro
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O social democrata Luís Montenegro destacou hoje uma «grande demagogia» no discurso do líder do PS, enquanto Nuno Melo do CDS disse que Seguro só pode estar a «pensar em 2015, 2016».
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O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, falava aos jornalistas do encerramento do XIX Congresso Nacional do PS, considerando que era importante que o PS «assumisse essa postura de colaboração enquanto oposição» e que «há algum irrealismo» quando hoje coloca ao país a questão de querer ter uma maioria absoluta depois de, há dois anos, os portugueses terem relegado o PS para a oposição.
«Há sobretudo uma nota de grande demagogia neste discurso político do secretário-geral do PS, António José Seguro, quando assusta ou quer assustar os portugueses com o fim da prestação de serviços públicos essenciais e não consegue compreender que quando o Governo pretende reestruturar a forma como o Estado presta esses serviços, prestando-os na mesma mas gastando menos, está a tentar salvaguardar e assegurar a sua subsistência no futuro», criticou.
Luís Montenegro considera que «do discurso do secretário-geral do PS resultou uma certa inconsistência da proposta política» dos socialistas mas admite que algumas propostas possam merecer o interesse da maioria PSD/CDS-PP.
«Não há uma estratégia de desenvolvimento do país diferente daquela que temos protagonizado na governação. Há algumas propostas avulsas que merecem ser olhadas com interesse por parte dos partidos da maioria», considerou.
Para o líder parlamentar do PSD, «não é possível, como diz o secretário-geral do PS, ter uma política de equilíbrio orçamental e simultaneamente estar indisponível para tornar o Estado mais eficiente».
Quanto ao CDS, o eurodeputado e vice-presidente do partido, Nuno Melo, estranhou o pedido de maioria absoluta por parte do secretário-geral do PS.
Interrogado sobre a maioria absoluta que Seguro disse que irá pedir aos portugueses, o centrista considerou que o socialista «estará a pensar quanto muito em 2015-2016 se, nesse tempo, porventura vencer eleições».
«Eu acredito que os mandatos são para cumprir e que este mandato terminará o seu tempo», disse.
Nuno Melo afirmou esperar que o PS mantenha o sentido de «responsabilidade» que tem na execução do memorando de entendimento e advertiu que Portugal já teve «uma flexibilização» das condições de cumprimento.
Sobre as propostas do PS para a renegociação do memorando e para uma alteração nas políticas de crescimento e emprego, o antigo líder parlamentar do CDS afirmou que «a seu tempo e no partido certamente terão a devida ponderação».
Melo disse ter «noção de que o PS é um grande partido» e que «ao acabar o congresso tem uma enorme responsabilidade»: «Portugal está hoje a executar um memorando que foi negociado pelo PS, subscrito em primeiro lugar por um primeiro-ministro socialista, como é bom de ver esse PS tem na sua execução uma responsabilidade que esperamos que se mantenha além do tempo dos congressos».