PSP alerta para caos com requerentes de asilo no aeroporto e acusa Governo de "branquear" o problema
A ASPP-PSP acusa a Agência para Integração, Migrações e Asil de não conseguir dar resposta aos pedidos de asilo no aeroporto Humberto Delgado.
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A Associação Sindical dos Profissionais da Policia (ASPP/PSP) denuncia uma situação caótica no aeroporto de Lisboa por causa de um aumento dos pedidos de asilo. O Diário de Notícias adianta que o número de pedidos de asilo aumentou mais de 60% desde o fim do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Há requerente de asilo a passar dias a dormir em bancos no aeroporto, à espera de resposta da recém-criada Agência para a Integração, Migrações e Asilo, que substituiu o SEF.
Em declarações à TSF, o presidente da ASPP, Paulo Santos, alerta para um bloqueio que pode agravar-se nas próximas semanas.
"As pessoas esperam muito tempo, os serviços ficam bloqueados, depois há necessidades básicas e elementares de qualquer ser humano que tem que ser acauteladas e os próprios profissionais da PSP têm que dar essas respostas", lamenta.
"Com este alerta, pretendemos evitar que a situação se agudize um pouco mais e estamos com receio que, com a aproximação das alturas festivas e com aquilo que se apresentará em 2024, caso o poder político não perceba aquilo que está a acontecer e não dê respostas claras."
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As situações podem tornar-se ainda mais complicadas, avisa, tanto para os requerentes de asilo como "para os profissionais da PSP que trabalham no aeroporto.
Paulo Santos garante que a ASPP já fez vários alertas sobre a situação dos requerentes de asilo no aeroporto Humberto Delgado, mas acusa o Governo de "branquear o assunto". Até agora, o executivo não deu qualquer resposta.
"Tem havido um conjunto de bloqueios de constrangimentos por várias razões, desde logo a escassez de efetivo policial para dar cumprimento a esta nova missão. A polícia tem sido confrontada com estas situações e não consegue, obviamente, dar respostas."
"O Governo avançou com este processo político sem ouvir aqueles queriam abraçar estas missões, muitas vezes descurando completamente aquilo que era a realidade, agora estamos a ter uma fatura pesada", condena.
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Sem comentar as denúncias de caos na zona reservada aos que pedem asilo a Portugal, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo adianta ao DN que desde 29 de outubro recebeu 93 pedidos de asilo no aeroporto de Lisboa.