Forças de segurança. PSD pede apuramento de "todas as consequências" das mensagens de ódio
Hugo Soares pede que não se confundam os elementos envolvidos com "aquilo que são as forças de segurança".
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O PSD apela a que possam "apurar-se todas as consequências" do caso dos agentes da PSP e militares da GNR que fizeram publicações com conteúdo discriminatório e incitador de ódio, mas alerta que não se devem tomar os elementos em questão como representativos de um todo.
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do partido, Hugo Soares, assinalou o que tem vindo a público como "manifestamente preocupante" e assinalou ser "absolutamente importante que possam apurar-se todas as consequências".
Os sociais-democratas sustentam que "cabe ao Governo, no plano interno" e dentro dos mecanismos da própria Administração Pública "apurar o que aconteceu", mas cabe também ao poder judicial, "designadamente ao Ministério Público, fazer as investigações que achar por conveniente fazer face ao que são as notícias públicas".
O PSD, realçou também, "tem um grande respeito pelas forças policiais portuguesas, são um garante do cumprimento do Estado de Direito Democrático em Portugal".
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Hugo Soares avisou para a necessidade de "não confundir aqueles elementos" que possam ter sido autores de mensagens de ódio "com aquilo que são as forças de segurança do nosso país", elogiando-as no seu todo como "de facto de excelência".
Um consórcio de jornalistas de investigação divulgou uma reportagem de Pedro Coelho, Filipe Teles, Cláudia Marques Santos e Paulo Pena na SIC, no Setenta e Quatro, no Expresso e no Público, que mostra que as redes sociais são usadas para fazer o que a lei e os regulamentos internos proíbem, com base em mais de três mil publicações de militares da GNR e agentes da PSP, nos últimos anos.
Na quarta-feira foi divulgado que a Inspeção-Geral da Administração Interna vai abrir um inquérito à veracidade das notícias que referem a publicação, por agentes das forças de Segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório e que incitam ao ódio.
Numa nota do gabinete do ministro da Administração Interna é dito que José Luís Carneiro determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) "a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje [quarta-feira] sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas".