PSP prepara maior presença em Lisboa e Porto. Sindicato "preocupado em perceber" plano
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia afirma, à TSF, que, "quem conhece por dentro a realidade da PSP", sabe que não existe "capacidade".
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A PSP anunciou esta quarta-feira que está a preparar planos de ação para as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto que vão permitir uma maior presença policial em zonas de diversão noturna, turísticas, comerciais e nos transportes públicos.
Na cerimónia de tomada de posse do Comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Fiães Fernandes, que decorreu no Ministério da Administração Interna, o diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, José Barros Correia, avançou que os dois planos de ação que estão ser preparados para as áreas de Lisboa e Porto vão ser "brevemente apresentados" e têm como objetivo o combate eficaz aos crimes que mais afetam as populações e garantir "o policiamento de visibilidade onde ele é mais necessário".
"O sentimento de segurança traduz-se numa maior visibilidade policial e, naturalmente, na maior proximidade com os cidadãos. A visibilidade policial é a chave do sucesso para que as populações se sintam mais seguras. A presença policial nas ruas confere aos cidadãos uma garantia de que a ordem e a tranquilidade pública estão asseguradas", precisou.
Nesse sentido, frisou que a PSP está a investir no policiamento de visibilidade em zonas de diversão noturna, turísticas, comerciais e transportes públicos, sendo exemplo disso os planos de ação que estão a ser preparados.
"Estou certo que após alguns meses da implementação destes planos de ação, as diferenças se farão sentir naturalmente pela positiva", sustentou.
José Barros Correia, que está no cargo há cerca de dois meses, salientou também que a área metropolitana de Lisboa tem "inúmeros desafios, sobretudo no combate à criminalidade, mas também ao nível do sentimento de segurança dos cidadãos".
O diretor da PSP disse ainda que, depois da pandemia, registou-se um aumento da violência e um maior uso de armas, sobretudo de brancas para a prática de crimes.
"Estamos preocupados em perceber se estes anúncios vão ter alguma correspondência à realidade"
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia diz, em declarações à TSF, que desconhece o que está a ser preparado e revela esperar conhecer os detalhes assim que possível, mas, para já, duvida da eficácia deste duplo plano.
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"Duvido por uma razão muito simples: porque o senhor ministro [da Administração Interna, José Luís Carneiro] tem feito vários anúncios sobre, por exemplo, a questão das esquadras móveis, da colocação de polícias nas juntas de freguesia para receber algumas queixas, policiamentos de proximidade junto a alguns locais, mas obviamente que - quem conhece por dentro a realidade da PSP - nós não temos capacidade ao presente, nem tão pouco para responder àquilo que é a necessidade de escalas da esquadra, não temos capacidade de ter uma esquadra, no mínimo, para responder àquilo que são as chamadas 112", alerta Paulo Santos, afirmando, por isso, que os profissionais estão "preocupados em perceber se estes anúncios vão ter alguma correspondência à realidade".
"É isso que nos move na nossa luta diária de contrariar esta linha de atuação do Ministério da Administração Interna", remata.