Representante dos profissionais desconfia que haja dúvidas sobre qual a entidade responsável por fazer os pagamentos: se a organização do evento, se o Ministério da Administração Interna.
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Há agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) que foram chamados para prestar serviços na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa e ainda estão à espera de receber a remuneração pelo trabalho realizado. A denúncia é da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), que diz já ter questionado a direção nacional da PSP sobre o assunto.
Neste momento, contou o presidente da ASPP, Paulo Santos, volvidos dois meses da realização do evento, os serviços não estão sequer registados no portal social da PSP, "que é onde os polícias constatam o lançamento dos serviços que efetuaram e que estarão pendentes para pagamento ou então, quando estão pagos, faz essa referência".
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Perante este vazio administrativo, a ASPP já perguntou à Direção Nacional "se a organização correu assim tão bem e se os polícias que foram chamados a desenvolver essa missão, mais uma, estiveram tão bem", não seria também "importante acautelar pelo menos o pagamento dos serviços que foram realizados fora do horário normal de trabalho por parte desses profissionais".
Lamentando a ausência de resposta por parte dos responsáveis nacionais, Paulo Santos diz desconfiar de algumas "dúvidas" quanto a quem será a "entidade responsável" pelo pagamento.
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"Temos de distinguir dois cenários", aponta Paulo Santos, "um é o serviço realizado por algumas entidades privadas, e esse está resolvido, e depois há outro tipo de serviço que foi prestado em serviço remunerado que, ao que parece, foi da própria organização do evento e não se sabe quem é que vai assumir esse pagamento, se o Ministério da Administração Interna, se a própria organização da JMJ".
Perante todas estas dúvidas sobre, para já, apenas uma certeza: "Os polícias estão receosos, uma vez que já passaram cerca de dois meses e não há qualquer referência tampouco aos serviços para que seja abonado esse valor."
A JMJ, que decorreu de 1 a 6 de agosto, mobilizou dez mil polícias e muitos realizaram serviços que deviam ser remunerados, mas até hoje ainda não receberam os pagamentos.