O presidente da autarquia não exclui, em declarações à TSF, a possibilidade de mão criminosa, adiantando que, "a esta hora e neste local, não é normal acontecerem incêndios".
Corpo do artigo
Dezasseis bombeiros apoiados por seis viaturas combatem um incêndio que deflagrou por volta das 18h00 no concelho da Calheta, na Madeira, obrigando à evacuação de uma unidade hoteleira, indicou o presidente da autarquia, Carlos Teles.
Segundo o autarca, o fogo teve início no sítio do Lombo da Rocha, na freguesia dos Prazeres, município da Calheta, numa zona residencial, e "estendeu-se depois para os arredores do Hotel Jardim Atlântico" que terá sido evacuado cerca das 20h00, "por precaução".
Os bombeiros da Calheta já deram, entretanto, como controlado o incêndio, apesar de ainda existir uma frente ativa do fogo, perto do hotel.
TSF\audio\2023\10\noticias\11\carlos_teles_1_incendio_activo
Carlos Teles conta que o incêndio chegou a colocar casas em risco e essa foi a grande prioridade assumida pelas autoridades que conseguiram evitar esse cenário.
Os cerca de 120 hóspedes do hotel foram encaminhados para o pavilhão gimnodesportivo dos Prazeres, informou Carlos Teles, adiantando que se for necessário pernoitarão naquele local.
"Já conseguimos arranjar comida, água, colchões. Já criámos a condições necessárias no caso de ser preciso passarem aqui a noite. Entretanto, temos três corporações de bombeiros, 25 operacionais, seis viaturas na zona do hotel a combater o incêndio, que, felizmente, nesta altura se encontra menos grave do que já esteve", adianta, em declarações à TSF.
TSF\audio\2023\10\noticias\11\carlos_teles_indicio_crime
Este é já o segundo incêndio esta semana no concelho da Calheta, que fica a cerca de 30 minutos do Funchal. Na terça-feira à noite, outro fogo florestal deflagrou a uma distância de cerca de dez quilómetros e foi dado como extinto já esta quarta-feira. O autarca Carlos Teles fala na possibilidade de mão criminosa nos dois fogos.
"O primeiro incêndio que tivemos há três dias, o alerta foi dado às 23h52, ou seja, perto da meia noite. Nesta hora, no sítio onde foi, não é normal acontecerem incêndios numa zona florestal", explica.
Carlos Teles afirma, ainda, que apesar de esta não ser a primeira vez que a região é fustigada pelos incêndios, este ano "nada disto era previsível" e sublinha que "estas condições não são normais para esta altura do ano".
TSF\audio\2023\10\noticias\11\carlos_teles_calheta
"Ainda por cima, as previsões são que continuem estas temperaturas altas até domingo, obviamente que o vento também não ajudou", acrescenta.
No local estão elementos dos Bombeiros Voluntários da Calheta, Bombeiros Municipais de Santa Cruz, Bombeiros Voluntários Madeirenses, do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza e da Câmara da Calheta, acrescentou.
Contactado pela Lusa cerca das 21:15, o comandante dos Bombeiros Voluntários da Calheta disse que estavam a combater o incêndio naquele momento 16 bombeiros apoiados por seis viaturas.
Jacinto Serrão, que se encontrava no local e com pouca disponibilidade para prestar declarações, referiu apenas que "o maior perigo já passou".
O arquipélago da Madeira encontra-se em alerta laranja desde a semana passada devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, situação que se prolonga até às 18h00 de sábado.
Notícia atualizada às 00h30