Quase 500 ocorrências em Portugal até às 16h00. Sapadores bombeiros de Lisboa responderam a 150
As ocorrências registadas dizem respeito a inundações, limpeza de vias, queda de árvores, queda de estruturas e movimentos de massa, devido à forte precipitação.
Corpo do artigo
Portugal continental registou, entre as 00h00 e as 16h00 desta quinta-feira, 477 ocorrências relacionadas com a intempérie, das quais 354 na zona da Grande Lisboa. Desde as 0h00, os bombeiros sapadores de Lisboa já foram chamados a resolver mais de 150 ocorrências.
TSF\audio\2023\11\noticias\30\jorge_trindade_1_toda_a_cidade
Ao todo, em Lisboa, há registo de 111 ocorrências devido a inundações e ainda de quedas de árvores e estruturas.
"Tivemos aqui um pico que se situou entre o meio-dia e as 15h00. Houve uma forte precipitação na cidade, mas agora acalmou. Temos ainda algumas situações a resolver na cidade, algumas inundações na via pública, nas zonas mais baixas da cidade, zona de Alcântara, baixa da cidade", revela, à TSF, o chefe central do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, Jorge Trindade.
Em Algés, no concelho de Oeiras, o piso abateu entre a rua Conde de Rio Maior e o Largo Augusto Madureira.
O trânsito ainda está condicionado nessa área.
Para as próximas horas, ainda assim, prevê-se uma melhoria do estado do tempo.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, garantiu, em declarações aos jornalistas, na tarde desta quinta-feira que os "pontos negros na cidade" são conhecidos, destacando, no entanto, que estes "pontos difíceis só podem ser resolvidos" quando estiver concluída a construção dos "célebres" túneis de drenagem, cujas obras começaram esta semana.
Questionado sobre a falta de limpeza nas ruas, a fim de evitar que as estradas lisboetas fiquem alagadas com estes temporais, Carlos Moedas rejeita a ideia e vinca que os serviços de limpeza e o plano de ação "têm sido efetuados".
"A nossa Polícia Municipal, com a EMEL, com as juntas de freguesia, há uma limpeza constante e estamos a reforçá-la, mas há certas zonas, até pelo cariz da própria natureza das árvores, onde estão sempre a cair folhagens das árvores e essa limpeza tem de ser feita quase todos os dias e, quando há um evento como este, há sempre sarjetas que estão entupidas em qualquer cidade do mundo, a questão é ir lá rapidamente e resolver o problema, que foi o que os nossos bombeiros sapadores com a polícia e Proteção Civil estiveram a fazer esta manhã", aponta.
Moedas recorre à "zona baixa da cidade, nomeadamente o Rossio, e Alcântara" para apresentar exemplos de locais que, mesmo com essa limpeza, "acumulam água", destacando ainda a importância de haver uma "articulação muito boa" com as juntas de freguesia para evitar ocorrências de maior gravidade.
Confrontado ainda com as declarações do autarca de Alcântara, que terá lamentado alguma falta de apoio por parte da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas sublinha que este "não tem qualquer razão de queixa", afirmando que, "a qualquer telefonema", as equipas "estão lá" para socorrer.
"Temos uma colaboração muito grande no sentido de tratar desses problemas e nós próprios transferimos dinheiro todos os meses para que esses problemas de limpeza sejam resolvidos", esclarece.
O edil lisboeta avança ainda que quer "aumentar a taxa turística em Lisboa", uma medida que considera ser importante para o turismo, mas também "para a limpeza da cidade".
"Estamos a trabalhar todos os dias para que isso aconteça", assegura.
Apesar da zona de Grande Lisboa ter sido a mais afetada pela intempérie, Carlos Moedas considera que ficou provado, "mais uma vez, que a cidade está preparada antes do tempo para a resolução destes problemas".
"O caso dos sensores é muito interessante, porque foi ligar a capacidade da tecnologia para resolver os problemas antes que eles aconteçam", elogia, referindo que este mecanismo foi importante para evitar problemas no túnel da Avenida João XXI, "porque antes que acontecesse alguma coisa", o túnel já estava fechado.
Num primeiro balanço, tinham sido registadas entre as 00h00 e as 12h00 desta quinta-feira 72 ocorrências relacionadas com o mau tempo, com as regiões de Coimbra, Lisboa e Setúbal a serem as mais afetadas, de acordo com a mesma fonte.
Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) detalhou que as ocorrências registadas até às 16h00 dizem respeito a inundações (283), limpeza de vias (99), queda de árvores (42), queda de estruturas (42) e movimentos de massa (11), devido à forte precipitação.
Nas operações estiveram empenhados 1493 operacionais, apoiados por 480 meios terrestres.
"Não há registo de feridos nem ocorrências com danos significativos no património", precisou ainda a mesma fonte.
Os bombeiros sapadores de Lisboa ainda estão ainda por esta altura a ajudar a escoar a água em várias zonas da cidade de Lisboa, com destaque para Alcântara, Chelas e na Avenida de Ceuta.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) elevou esta quinta-feira para laranja o aviso nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém devido à previsão de períodos de chuva, por vezes forte e persistente.
O aviso laranja esteve em vigor até às 15h00 nos distritos de Lisboa e Santarém e permanece até às 18h00 no de Setúbal.
São atualmente cinco os distritos sob aviso amarelo: Castelo Branco, Portalegre, Évora e Faro, todos devido à previsão de chuva, por vezes forte e persistente, até às 00:00 de sexta-feira.
Na quarta-feira, a Proteção Civil alertou para a possibilidade de inundações, deslizamento de terras e piso escorregadio devido às previsões de chuva, vento e queda de neve nos pontos mais altos da serra da Estrela.