
Pedro Correia (arquivo)
O relatório deste ano da Agência Internacional da Energia (AIE) dedica uma caixa ao apagão na Península Ibérica
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O apagão ibérico de 28 de abril prova que "a segurança da eletricidade nos sistemas de energia modernos depende não só da geração, mas também da qualidade do funcionamento da rede e do comportamento de todos os ativos ligados", de acordo com a AIE.
No relatório publicado esta quarta-feira, sobre "As Perspetivas da Energia Mundial", a AIE defende que o apagão é "uma lição para o resto do mundo".
"A maior atenção internacional gerada pelo apagão oferece uma oportunidade para revisitar alguns elementos comuns de segurança e resistência da eletricidade à medida que os sistemas energéticos evoluem" e, por isso, a AIE deixa quatro conselhos: "Em primeiro lugar, uma infraestrutura de rede robusta é vital, incluindo redes fortes e interligações regionais."
Em segundo lugar, "a flexibilidade do sistema energético é essencial para equilibrar a oferta e a procura, o que inclui a resposta da procura, o armazenamento e a manutenção da geração despachável, bem como medidas para garantir que os mercados valorizam adequadamente estes serviços".
Em terceiro lugar, "são necessárias soluções técnicas, como condensadores síncronos ou baterias equipadas com inversores formadores de rede, para suportar a estabilidade do sistema à medida que a matriz de geração evolui".
Em quarto lugar, "é crucial adaptar as estruturas operacionais à medida que os sistemas de energia se transformam, atualizando os códigos de rede, os requisitos de reserva, os mecanismos de equilíbrio e as estruturas regulamentares para acompanhar os novos desafios e tecnologias", conclui.