O ministro da Administração Interna pede que "não se confunda a parte com o todo" nas forças de segurança.
Corpo do artigo
José Luís Carneiro garante que o Governo não tem qualquer indício de que haja uma "infiltração intencional" nas forças de segurança de movimentos racistas, depois de revelados atos de discriminação por elementos da PSP e da GNR.
O ministro da Administração Interna, ouvido na Assembleia da República, afirma que, ao contrário do que acontece noutros países, em Portugal não há qualquer sinal de infiltração de membros de extrema-direita nas forças de segurança e apela a que não se confunda "a parte com o todo".
"À luz das informações que temos hoje, não há uma infiltração com caráter intencional relativamente às forças de segurança, que se verificaram noutros países. É por isso que, como dissemos, não podemos confundir a parte com o todo", afirmou.
15405020
O Bloco de Esquerda, o PCP, o PAN e o Livre chamaram o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, ao Parlamento depois de revelados os casos de racismo nas forças de segurança, numa investigação do consórcio português de jornalismo de investigação.
O ministro revelou ainda que os últimos três anos foram demitidos ou aposentados 107 elementos das forças de segurança por comportamentos lesivos dos valores fundamentais do Estado de Direito.
"Entre 2019 e novembro de 2022 foram demitidos, aposentados compulsivamente e separados do serviço 107 elementos da PSP e da GNR. Entre estes, 36 elementos foram demitidos, aposentados compulsivamente e separados do serviço entre maio e novembro deste ano", salientou.