Ramalho Eanes: Polémica que envolve militares de Abril não deve prejudicar comemorações
O ex-presidente da República falava à margem de uma conferência sobre abril, organizada pela Gulbenkian, num painel onde participaram também Mário Soares e Jorge Sampaio.
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O general Ramalho Eanes defende que a polémica que envolve a Associação 25 de Abril e a presidente da Assembleia da República não deve ofuscar as comemorações dos 40 anos da Revolução.
Ainda, o primeiro presidente eleito depois do 25 de Abril diz também que os obreiros da Revolução não podem ser esquecidos numa data tão importante.
Ouvido esta tarde pela SIC Notícias, o general manifestou ainda o desejo que o militares estejam presentes no hemiciclo de S. Bento no próximo dia 25.
Ramalho Eanes falava à margem de um debate subordinado à pergunta «Valeu a pena?», integrado na Conferência «O 25 de Abril 40 anos depois», organizada em parceria pela Gulbenkian, o Instituto de Ciências Sociais, o jornal Expresso e o canal SIC Notícias.
Na sua intervenção, o antigo Pesidente da República defendeu que a saída para a crise tem que ser encontrada sem «agredir a unidade popular». Eanes alertou para o nível de miséria e defendeu um pacto para a reforma do Estado e um programa de recuperação económica «pequeno», adequado às necessidades do país.
Neste debate, moderado por Francisco Balsemão, participaram também os ex-presidentes Mário Soares e Jorge Sampaio.
Jorge Sampaio considerou que os compromissos devem partir de matérias concretas e devem ter um alcance maior do que os quatro anos de uma legislatura.
Por seu turnos, Mário Soares não quis pronunciar-se sobre o atual momento político e preferiu antes, mais uma vez , sublinhar o desinteresse pelo poder manifestado pelos militares que fizeram o 25 de abril.
«Não quiseram nunca o poder e isto é de um desinteresse extraordinário», defendeu.
Soares repetiu que também não estará presente na sessão solene do 25 de abril.