Reações alérgicas à vacina serão "raras", mas há doentes que devem merecer mais cuidado
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica garante que as reações alérgicas à vacina contra à Covid-19 serão casos esporádicos, mas emite diretrizes para evitar possíveis riscos.
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As reações alérgicas à vacina contra a Covid-19 serão "eventos raros", garante a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica. Apesar de a informação clínica disponível sobre os casos de reações alérgicas suspeitas à vacina Pfizer-BioNTech "ser ainda muito limitada, não se supõe existir um risco acrescido de efeitos adversos à vacina em doentes asmáticos, com rinite alérgica ou com eczema", esclarece a entidade, num comunicado enviado às redações.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica lembra que as reações do género a vacinas do plano nacional de vacinação são "raras" e que os casos graves de alergia, com reações anafiláticas, são ainda menos frequentes: ocorrem em menos de um em cada cem mil indivíduos.
Ainda assim, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica sugere que a vacina não seja "administrada em doentes com antecedentes de reações alérgicas graves a vacinas", e que a relação risco-benefício seja avaliada por um imunoalergologista caso o paciente já tenha tido "anafilaxia prévia a medicamentos, alimentos, látex, venenos de himenópteros e ainda nos casos de anafilaxia idiopática, síndromes de ativação mastocitária e imunodeficiências primárias".
Emília Faria, secretária-geral da sociedade e especialista em alergia a fármacos, salienta, em declarações à TSF que até agora as reações que foram reportadas são raras.
"Não podemos ter medo da vacina. É um desastre maior não fazer a vacina." Na perspetiva da representante da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, a vacinação é fundamental para "para rapidamente atingirmos a imunidade de grupo de que tanto precisamos para combater esta pandemia", e deixa um número para "descansar um pouco as populações, porque realmente as reações alérgicas verdadeiramente graves, a que nós chamamos de anafiláticas, são raríssimas": foram administradas nos EUA e no Reino Unido 1.200.000 vacinas, com apenas três casos reportados de alergia grave.
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A imunoalergologista Emília Faria defende que deve ser feita uma avaliação, e aconselha a que seja ponderada a relação entre o risco e o beneficio em casos pontuais: "É prudente neste momento não fazermos vacinação aos doentes que têm reações conhecidas aos constituintes destas vacinas, doentes que têm doenças alérgicas graves a vacinas do calendário de vacinação, que são situações de raríssimas, e doentes com reações anafiláticas no passado."
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Após a administração da vacina, que apenas pode ser feita em unidades de saúde e por profissionais de saúde, deverá ser considerado um período de vigilância de 30 minutos.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica também se diz disponível para "investigar" todos os casos de alergia grave à vacina Pfizer-BioNTech e "para colaborar e prestar consultadoria científica à Direção Geral de Saúde, ao Infarmed" e à task-force de coordenação da vacinação.
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