Marta Temido e Graça Freitas condenaram a realização da festa em Lagos que já levou à infeção de 90 pessoas, entre elas "crianças com menos de nove anos de idade".
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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, pediu esta sexta-feira "calma e ponderação" na forma como deve ser abordada a reabertura dos bares e discotecas, citando o exemplo da festa no Algarve - que já provocou mais de 90 novas infeções por Covid-19 - para reforçar que é preciso "critério nos ajuntamentos e convívios".
"Não podemos fazer festas como fazíamos antes", alertou na conferência de imprensa diária, frisando que "para que economia funcione temos de ter situação epidemiológica controlada".
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Sobre a festa ilegal que ocorreu no Algarve, Graça Freitas frisou ainda que os atos de cada um implicam consequências para "outras pessoas e para o país".
"Há 90 casos positivos entre os que estiveram na festa e os que foram infetados pelos que estiveram na festa, incluindo várias crianças com menos de nove anos de idade", acrescentou.
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"Não é um cerco que institui a racionalidade suficiente"
Já a ministra da Saúde, Marta Temido, lembrou que ainda estão proibidos os "ajuntamentos com mais de 20 pessoas" e que "este momento é de pôr os pés na terra e fazer o que é preciso fazer".
Este foi o ponto de partida para um endurecimento do discurso da ministra da Saúde, que esta sexta-feira, questionada sobre um possível cerco sanitário no Algarve, respondeu que não só "não está em causa", como também "não é um cerco que institui a racionalidade suficiente para as pessoas se absterem de comportamentos que põem em causa não só a sua própria saúde mas a das pessoas que lhes estão próximas".
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Questionada de seguida sobre as polémicas palavras de António Costa, que associou a realização da final da Champions em Lisboa com um "prémio" para os profissionais de saúde, Marta Temido defendeu que "a melhor forma de reconhecer o trabalho dos profissionais de saúde é garantir que as orientações que nos dão são respeitdas".
"Mais uma vez apelo à responsabilidade individual. Não há Estado nenhum que consiga fazer o que é responsabilidade dos indivíduos", conclui, em tom de apelo.