Recebeu uma mensagem a prometer um teste gratuito à Covid-19? Desconfie que é burla
Os burlões estão a aproveitar-se da fragilidade dos consumidores durante este período de incerteza e de isolamento. O alerta é da associação de defesa do consumidor que tem registado centenas de burlas.
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Recebeu um email com descontos de 30% na fatura da luz e do gás através de um link do Portal das Finanças? "Desconfie." Recebeu um email ou sms a prometer testes gratuitos de despiste à Covid-19? "Desconfie." A palavra de ordem é "desconfiar", alerta a Deco, que já identificou "largas centenas de burlas", durante as últimas semanas, em que os portugueses estão em isolamento, numa situação mais vulnerável.
As cinco principais burlas identificadas pela Associação de Defesa do Consumidor durante o estado de emergência foram as falsas promessas que chegam em forma de email, mas também em mensagens escritas ou partilhas no Facebook ou Whatsapp.
As burlas mais comuns durante esta pandemia foram, além dos testes gratuitos à Covid-19 e dos descontos no consumo doméstico, a oferta de material de proteção individual, angariação de fundos a doentes infetados e campanhas de vacinação gratuitas no SNS.
A Deco tem percebido que os burlões têm noção que as pessoas tendem a agir com maior impulsividade
"O que a Deco tem percebido é que os burlões têm noção que as pessoas, numa altura como esta em que estão mais preocupadas, tendem a agir com maior impulsividade. Mais facilmente cedem à tentação de carregar num link", revela à TSF o jurista Tito Rodrigues
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"A palavra de ordem é desconfiar. Aquilo que são reenvios de mensagens, emalis que possam receber ou até partilhas em redes sociais, nós dizemos sempre que o que se deve é ter em conta é situações pontuais, ler bem o texto, procurar por erros ortográficos, desconfiar de traduções muitas vezes mal feitas", alerta, aconselhando os utilizadores a "nunca clicar no link que é enviado". "Se houver alguma curiosidade, o que se tem sugerido é que se copie esse endereço e se procure no Google."
Se adotarmos estes comportamentos, na opinião do jurista da Deco, a maioria das pessoas, que têm maior dificuldade, "dificilmente serão enganadas".
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O MBway, o Zoom e a privacidade
O tema não é inédito no estado de emergência. Foram muitas as denúncias e as histórias de burlas com o MBWay, a aplicação para pagamentos e transferências através do smartphone.
A Deco sublinha que esta app da SIBS, usada por milhões de portugueses, não é insegura. O problema é a falta de conhecimento de quem está a usar. "Há uma iliteracia financeira muito grande por parte dos consumidores e depois, como desconhecem o modo de funcionamento, acabam por entregar mais dados do que aqueles deveriam ser entregues", alerta Tito Rodrigues.
No que diz respeito às novas apps potenciadas pela situação do estado de emergência, como a Zoom ou a Houseparty, o jurista da Deco deixa um alerta em relação aos acesso que é dado a estas aplicações.
"A situação é muitas vezes o acesso que é dado de uma forma quase cega dos utilizadores a todo o tipo de informações e dados. Por exemplo quando estamos a falar de uma videochamada, há acesso à câmara e aos dados, mas também a tudo o que está disponível nos smartphone. O que temos percebido é, quando há uma falha de segurança, como houve recentemente no Zoom, todos esses dados estão disponíveis e se caírem nas mãos de pessoas menos sérias, acabam por ter um efeito devastador", alerta.