Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos organizou dezenas de manifestações para reivindicar uma rede pública de equipamentos sociais para idosos, medicamentos gratuitos para doentes crónicos e a reposição do poder de compra dos reformados.
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De norte a sul de Portugal, reformados e pensionistas vão manifestar-se esta quinta-feira contra o aumento do custo de vida. Ao todo serão 13 cidades a acolher os protestos por um envelhecimento "com qualidade de vida e segurança".
Isabel Gomes, presidente da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI), releva, em declarações à TSF, que a principal reivindicação deste movimento é a criação de uma rede pública de equipamentos sociais para idosos.
"É fundamental porque há pessoas que, por não terem para onde ir, depois de serem tratadas nos hospitais, acabam por ficar a ocupar camas que são necessárias para outros. Aquilo que eles precisavam era de um lar onde pudessem ser acarinhados ou uma rede de serviços que os deixe ficar na casa deles. Mas que tenham, de facto, aquilo a que têm direito, ou seja, à alimentação, higiene e ajuda em todos os problemas", sublinha.
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Os protestos dos reformados têm também como objetivo o melhoramento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a gratuitidade dos medicamentos para doentes crónicos.
A representante confessa que as pensões nem sempre chegam para todas as necessidades.
"Pedimos os medicamentos gratuitos porque quando chega o fim do mês temos que escolher. Ou comemos ou compramos um medicamento que nos faz falta. E, por isso, era fundamental que tivéssemos alguns medicamentos a custo zero."
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Entre as reivindicações está ainda a criação de um cabaz de compras e de bens essenciais a preços fixos e controlados e a reposição do poder de compra dos reformados, pensionistas e idosos.
Isabel Gomes refere ainda que na base destes protestos, que têm como mote "Reformados não calam", está a exigência do pagamento do aumento intercalar com retroativos a janeiro de 2023.
"Quando entrámos no novo ano pagaram apenas metade daquilo a que tínhamos direito e, agora, com as diversas movimentações que fizémos, acabaram por ceder. A partir de julho vão pagar a parte restante, mas o que é facto, é que fica de janeiro a julho sem ser pago", esclarece.
A presidente da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos acrescenta que o subsídio de férias foi "cortado", porque o valor de referência é relativo ao mês de junho.
Os reformados e pensionistas vão sair à rua em tribunas públicas, caminhadas e para a entrega de documentos à população nas cidades de Aveiro, Beja, Caldas da Rainha, Coimbra, Covilhã, Évora, Grândola, Guimarães, Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal e Viseu.
"São 13 tribunas públicas, quatro caminhadas, 12 distribuições de documentos, quatro animações culturais e 206 locais com intervenções", detalha a presidente da MURPI.
Isabel Gomes lamenta que o Governo "não tem tido nenhuma atenção para com os reformados" e, por isso, o objetivo é também que as reivindicações cheguem até ao executivo, através de um projeto de resolução que vai ser apresentado durante as manifestações desta quinta-feira.