A melhor nota de Miguel Relvas no curso de Ciência Política (18) foi dada não pelo professor da cadeira mas pelo próprio reitor. A Lusófona disse ao Expresso que não conseguia explicar.
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Fernando Pereira Marques era o professor de Introdução ao Pensamento Contemporâneo na Lusófona e reafirma ao Expresso de hoje que não teve Miguel Relvas como aluno e que não o avaliou.
Foi o próprio reitor, Fernando Santos Neves, quem atribuiu a melhor nota do currículo de Miguel Relvas.
O jornal conta que Santos Neves na altura nem sequer dava aulas, uma vez que acumulava o cargo de reitor com os cargos de diretor do curso de Ciência Política e diretor da cooperativa que é proprietária da Universidade.
O Expresso falou também com dez alunos da turma que a Lusófona diz ter sido a do ministro adjunto, os quais garantem que nunca o viram nem nos testes nem nas aulas da cadeira.
Questionada pelo jornal, a Universidade Lusófona admite que não pode responder se Santos Neves avaliou individualmente Miguel Relvas, uma situação que, escreve o Expresso, configuraria um tratamento de exceção.
Na resposta, a Universidade diz que, com base nos dados disponíveis, não pode responder e afirma que a realização de avaliações individuais é sempre definida em interação direta entre docente e discente e que face aos registos não pode responder cabalmente.
O semanário insiste ainda na ideia de que o currículo de Miguel Relvas não foi devidamente validado. É que a Lusófona explicou que o Conselho Científico ratificou as equivalências, mas o Expresso cita uma auditoria da Inspecção Geral do Ensino Superior que revela que o Conselho Científico não reuniu nos anos 2005 e 2006.