Rescisões afetam até 200 pessoas: BE quer ouvir trabalhadores da TSF, JN e O Jogo no Parlamento
O GMG vai negociar "com caráter de urgência" rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
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O Bloco de Esquerda (BE) anunciou esta quinta-feira que quer ouvir no Parlamento a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), o Sindicato dos Jornalistas (SJ), bem como os trabalhadores da TSF, JN e O Jogo sobre o "despedimento coletivo no Global Media Group [GMG]".
"Ao abrigo das disposições regimentais e constitucionais, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requer a audição da presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, do Sindicato dos Jornalistas, da Comissão de Trabalhadores da TSF, dos conselhos de redação do Jornal de Notícias, da TSF e de O Jogo sobre o despedimento coletivo no GMG", lê-se num documento enviado às redações, assinado pela deputada do BE Joana Mortágua.
Em causa está o anúncio de rescisões de contratos de trabalho por parte da administração - que podem afetar até 200 trabalhadores.
Joana Mortágua aponta que o SJ escreveu no dia 3 de dezembro ao gestor do fundo (World Opportunity Fund) que adquiriu a maioria do capital da empresa que controla o GMG, questionando se este "dá o seu aval a esta estratégia de diminuir e desprezar um produto ímpar, com um capital humano único", pedindo-lhe igualmente que "olhe com atenção para as ações da atual administração do GMG e que reequacione este percurso, que poderá pôr em causa todo o grupo, ao descapitalizar um ativo com a força do Jornal de Notícias e "silenciar" uma rádio com o prestígio e qualidade da TSF".
"Neste sentido, ouvir os conselhos de redação destes órgãos de comunicação social, as organizações representativas dos jornalistas e a ERC sobre esta matéria é do maior interesse para o trabalho da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto", afirma Joana Mortágua.
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O GMG anunciou que vai negociar "com caráter de urgência" rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar "a mais do que previsível falência do grupo", anunciou na quarta-feira, num comunicado interno citado pela Lusa.
De acordo com o comunicado, os acordos de rescisão serão negociados "num universo entre 150 e 200 trabalhadores nas diversas áreas e marcas" do grupo, sendo o objetivo "evitar um processo de despedimento coletivo" que, segundo a comissão executiva do GMG, "apenas será opção em último caso".
"Face aos constrangimentos financeiros criados pela anulação do negócio da Lusa", a administração do GMG avança ainda que "o pagamento do subsídio de Natal referente ao ano de 2023 só poderá ser efetuado através de duodécimos, acrescido nos vencimentos de janeiro a dezembro do próximo ano".