Responsáveis pela limpeza de escolas "estão a ser deixados para segundo plano"
A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas já fez questão de lembrar ao Governo que faltam diretrizes para garantir a segurança de quem vai higienizar os estabelecimentos de ensino. Mas as preocupações não ficam por aqui.
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A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas receia que neste regresso à escola não esteja a ser dada a devida atenção aos assistentes operacionais. O sindicalista Luís Esteves adianta que a federação já pediu ao Ministério da Educação um guião com regras claras sobre as questões de segurança, mas ainda não obteve resposta.
"Os trabalhadores não docentes estão a ser deixados para segundo plano e são os responsáveis pela higiene da escola. É necessário haver forma de os proteger." Luís Esteves garante, por isso: "Por cada escola que não tenha esse material, quer sejam batas, luvas, óculos, faremos saber que tal está a acontecer."
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Mas o sindicalista sublinha ainda outras preocupações. "As nossas reservas em relação a estas questões e à abertura são: um conjunto de trabalhadores que tem doenças crónicas e outras e a elevada faixa etária destas pessoas. Vão ou não vão estar prontos os materiais de proteção para começar as aulas?" Luís Esteves refere os trabalhadores não docentes são os mais fragilizados neste processo de reabertura, e são precisamente os que asseguram a "higienização dos espaços".
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A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas já esperava que o Governo não contratasse mais funcionários. Agora, perante a possibilidade de os assistentes operacionais das escolas básicas reforçarem as escolas secundárias, Luís Esteves receia que nalguns pontos do país os transportes públicos não consigam dar uma resposta e sugere que as autarquias auxiliem.
"Há agrupamentos que têm distâncias muito grandes, e o Governo tem de ter uma forma de compensar esse tipo de deslocações", explica Luís Esteves, que acrescenta que "os transportes públicos estão numa situação deficitária" e "várias empresas continuam em lay-off, e tem de haver uma solução para esse tipo de deslocações".
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Na perspetiva do sindicalista, "poderiam ser as autarquias a ajudar, pelo menos nas zonas em que as escolas já estão municipalizadas". As autarquias "poderiam ajudar no transporte destes trabalhadores", sugere o representante da federação sindical.
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